O Primeiro Blog de Todos os Tempos!

Antigo FBAUP, FBAUP404

quarta-feira, novembro 24, 2004

coniventes suiços

Existe uma coisa que é o design a que chamam "suíço". E está por toda a parte. E isso é devido aos senhores e senhoras que continuam a perpetuar esses princípios e valores gráficos. Isso é mau? Porquê? Porque é que o "novo" e o "diferente", ou melhor ainda, o "à frente" são melhores do que uma metodologia tão entranhada que é incontornável como referência e sinónimo de clareza e eficácia? Claro que existem várias soluções para providenciar clareze e eficácia... Mas tal como no Desenho e no Design, às vezes é tudo uma questão de escala. Na selva global, haverá algo mais prático para ter à mão do que um canivete suíço? E no nosso país/mercado/quintal das celebridades isso faz sentido?

segunda-feira, novembro 15, 2004

Desculpas, desculpas

Recém chegados ao 4º ano, o pessoal de Design - eu incluído - vê-se metido num novo cenário, longe das tristes rédeas das logomarcas, estacionários e codificações. De repente, somos confrontados com todo um novo quadro de exigências criativas e metodológicas, que dos alunos exige um esforço a passo de gazela.
O que me incomoda bastante, desde que o ano iniciou, é ver a quantidade de casos em que se procura justificar determinadas situações embaraçosas dos próprios trabalhos (normalmente resultantes de erros técnicos) recorrendo a palavras caras e conceptualismos baratos.
Deve ser a única coisa do 3º ano que me deixa saudades - não há cá meias tintas; se algo está mal, está mal e pronto. É um atentado à inteligência de cada um alguém tentar convencer as pessoas que um erro técnico/conceptual óbvio é, na verdade, um mecanismo intelectual do próprio trabalho (e é ofensa capital algum colega sugerir o contrário em qualquer comentário).
Não se pode pedir que cada trabalho seja perfeito. Nem sequer podemos fazer essa exigência a nós próprios; o que se pode e deve ter é um mínimo de honestidade e humildade em relação a um trabalho, sob pena de se cair no ridículo total.
Acho que é preferível admitir que se carregou no botão errado do programa do que defender o indefensável. Acho mesmo que fazer trabalhos à pressa e depois argumentar que a pressão do momento é a essência do trabalho (para citar o caso mais frequente) é fazer pouco de todos os outros colegas dentro da sala.

Out with the 90's!

Como disse há 3 anos atrás: -Quando me licenciar vou deixar de fumar! - ou terá sido?: -Dou mais cinco anos para que os 90's estejam aí em força. - Ela riu-se. Fiz questão de dizer a mais algumas pessoas. Algumas riram-se. Era óbvia, a relação. Só não esperava que estes ciclos revivalistas se repetissem cada vez mais e cada vez mx e cda vz + & cd X + rápido (repara que cada vez que acelero o processo de escrita tu demoras mais a ler por isso mantém sempre a calma quando te falarem de velocidade de informação). Se tentar ultrapassar a música do Haddaway que me está na cabeça, por causa daquela comédia rasca que passou na TVI às 2H00 da manhã, consigo lembrar-me de uma sequência de revivalismos cuja cadência foi reduzindo:
A Antiguidade Clássica ressuscitou no século XV. 250 anos depois, o Renascimento foi descoberto no Neoclássico, 50 anos depois algumas preocupações Neoclássicas reflectiran-se no Realismo. A velocidade de propagação da informação foi aumentando até às crises existenciais de 5 e 5 segundos.
(Foscas, vão fechar a sala de Design. Mas só saio daqui quando me obrigrarem.)
Mas há muitas coisas boas nos 90. Em termos musicais assistimos nos 80 ao crescimento de tendências como o House (Chicago), Techno (Detroit), Rap (NYC), que se propagaram, se misturaram criando movimentos mais localizados noutros pontos do planeta. Gabba, ao Hip-House, Ragga-House, Acid-House.
A minha geração (portuguesa) passou por fases de negação da "música de dança como algo cool", até que aos 16, 17 começou a ir a discotecas (esta análise tem uma margem de erro de: uns mais cedo outros mais tarde), curtir grunge, Sonic Youth, Brasileiradas, Pixies, Freak House Com Djembés, e os sucessos (Haddaway por exemplo) cujos produtores devem ter estado atentos a movimetos de rua. Agora a Ministry of Sound lançou uma compilação dos Dance Hits da altura, na televisão portuguesa já anda uma colectânea chamada Decadance (não percebo porque é que os licenciados (tenho fé) em marketing são convidados para dar este tipo de nomes. Se década anterior foi decadente não sei o que terão sido os anos 30, e mais recentemente os 80.
(Quebra de tensão, ai, ai...) (Vou à casa de banho) Ai Ai...
Fonix.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Duas questões.

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1. Como representas visualmente o infinito e o finito?
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2. Qual foi o teu primeiro Compact Disc?

Surplus:

Foi no Espaço Manuel, na sala grande.
No máximo estavam lá 14 pessoas para ver a curta metragem e a entrada era gratuita.
A forma era a de um video-clip gigante. O mote era a globalização. Foi filmado em Cuba, nos Estados Unidos, na Suécia, na Índia (salvo o erro), em Inglaterra, na França... Muitas das imagens, e músicas são apropriadas. Às vezes aproxima-se do documentário. É impossível não ver para lá da manipulação. Isto é: os cortes são evidentes, as remisturas são mais do que óbvias, o "loop"...
Deixo-vos alguns dados minimamente interessantes para o caso de estarem preocupados com o futuro:

1 americano comum consome 10 vezes mais produtos por dia do que um chinês.
1 americano comum consome 30 vezes mais produtos por dia do que um indiano.
20% da população mundial consome 80% dos recursos mundiais.

Este ritmo é insustentável e é certa uma crise económica global.
Aceitam-se sugestões para resolver o problema.

CUIDEM!: Não desenvolvam um discurso de ocupa que dorme em casas arruinadas e vai a casa dos pais comer Kellogs e pedir o BM para ir comprar erva.
CARE! : Do not shlap along.

quarta-feira, novembro 10, 2004

À procura de tendências?

Ficam já umas dicas para os trendys da puta da nossa praça!
Para os mais velhotes ou mais desactualizados: deixem-se de Helveticas, DIN's e alinhamentos à esquerda ou à direita. Para os mais actualizados: esqueçam as fontes do século XVIII e os ornamentos pecaminosos. Para os mais finais de anos 90, mesmo muito finais de anos 90 inícios de 00s, deitem fora tudo o que tiverem com cantos cortados, arredondados, desenhos vectoriais, logos para nenhuma corporação, e bonecadas género Chalet, Mutabor, TDR, DS e todos os arco-íris semi-circunferenciais.

Para os teóricos fica o pedido de uma dica construtiva. Está bem? Por favor... Senão levam com os caga efeitos do Freehand e do Photoshop, imagens pixelizadas distorcidas na vertical, e texturas "default".

quinta-feira, novembro 04, 2004

O design, o designer... e o resto?

Enfim, equadrando o design numa moldura antropológica consigo identificar três vertentes indissociáveis que podem conferir critérios de avaliação ou pelo menos adjudicar uma noção de consciência/ética/moral (por ordem decrescente de pertinência) ao trabalho desenvolvido por um designer. Dois desses campos têm sido frequentemente discutidos e são: o cultural e o social.
Hoje, na sociedade ocidental o design é um índice de cultura. Ele potencia significados e preconceitos exercendo simultaneamente uma acção "pedagógica" que permite ao utilizador enquadrar-se numa sociedade, sendo livre de escolher a informação, o código e a cultura que melhor jeito lhe fizer. A compreensão do contexto social em que o acto de comunicação se vai inserir permite ao designer retirar frutíferas conclusões e desenhar/designar um produto que não seja patológico ao utilizador.
O terceiro factor é de natureza biológica e pode ser averiguado pelas ciências da saúde. Por outras palavras, um produto feito por um designer não deve causar doenças e muito menos retirar vida. Se relacionar este campo com os outros dois, posso mesmo questionar o famoso design de qualidade da Suástica invertida ou, sendo menos megalómano, os pictogramas de casa de banho de um centro comercial que me obrigam a usar fraldas.
Quando vejo um designer pensar estes três factores equilibradamente e conceber com maior facilidade um objecto que os cumpra, consigo dizer que não estou na presença de um mau designer.