segunda-feira, novembro 15, 2004

Desculpas, desculpas

Recém chegados ao 4º ano, o pessoal de Design - eu incluído - vê-se metido num novo cenário, longe das tristes rédeas das logomarcas, estacionários e codificações. De repente, somos confrontados com todo um novo quadro de exigências criativas e metodológicas, que dos alunos exige um esforço a passo de gazela.
O que me incomoda bastante, desde que o ano iniciou, é ver a quantidade de casos em que se procura justificar determinadas situações embaraçosas dos próprios trabalhos (normalmente resultantes de erros técnicos) recorrendo a palavras caras e conceptualismos baratos.
Deve ser a única coisa do 3º ano que me deixa saudades - não há cá meias tintas; se algo está mal, está mal e pronto. É um atentado à inteligência de cada um alguém tentar convencer as pessoas que um erro técnico/conceptual óbvio é, na verdade, um mecanismo intelectual do próprio trabalho (e é ofensa capital algum colega sugerir o contrário em qualquer comentário).
Não se pode pedir que cada trabalho seja perfeito. Nem sequer podemos fazer essa exigência a nós próprios; o que se pode e deve ter é um mínimo de honestidade e humildade em relação a um trabalho, sob pena de se cair no ridículo total.
Acho que é preferível admitir que se carregou no botão errado do programa do que defender o indefensável. Acho mesmo que fazer trabalhos à pressa e depois argumentar que a pressão do momento é a essência do trabalho (para citar o caso mais frequente) é fazer pouco de todos os outros colegas dentro da sala.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não me lembro do 3º ano de Design ser como uma cadeira de matemática... "se algo está mal, está mal e pronto" Then again já lá vão uns anos. Honestidade e Humildade são qualidades que diminuem há medida que os anos avançam, parece estranho mas é verdade, quanto mais aprendemos mais devíamos perceber quão frágil é aquilo que sabemos, mas a maioria dos "designers" que por aí (aqui, acolá...) andam acham-se os detentores de verdades universais sobre tudo!
Boa sorte para ti!

Ass: Ex F.B.A.U.P

3:56 da tarde  
Blogger joao said...

Farto de comentar trabalhos de colegas que teimam em perguntar (tanto a mim como aos outros colegas e aos professores) - Olhe desculpe, qual é o melhor caminho para não sei bem onde? - deixo aqui um excerto de um texto de um amigo do Fundão sobre os pais natais enforcados pelos chineses:

"Miguel Cadilhe e a Agência Portuguesa de Investimento já garantiram a instalação de uma fábrica chinesa de presépios na Boidobra, e fontes ligadas à espionagem industrial desvendaram já o nome das figuras públicas portuguesas que no próximo ano vão servir de moldes ao "Presépio Tuga", assim, e por ordem de entrada em cena:

José: Miguel Ângelo dos Delfins
Maria: Teresa Guilherme
Manjedoura: Luís Delgado, ou Celeste Cardona
Menino Jesus: Cristiano Ronaldo
Os três Reis magos -Baltasar: Manuel Alegre
Belchior: Francis Obikwele
Gaspar: José Cid


Burro: Rui Gomes da Silva
Vaca: Henrique Chaves
Ovelha: Guilherme Silva
Hiena: Paulo Portas
Víbora: Marcelo Rebelo de Sousa
Papa-formigas: José Sócrates
Musgo: Miguel Relvas


Estrela do Norte: Pedro Santana Lopes
Pastor judeu 1: Belmiro Azevedo
Pastor Judeu 2: O gajo dos Silence Four
Pastor Judeu 3: Jardim Gonçalves
Agente da Mossad disfarçado de Pastor Judeu: Marisa Cruz
Feiticeiro Judeu 1: Jorge Sampaio
Profeta Judeu: Cavaco Silva
Cabana do Menino: Os gato fedorento
Garrafão de 5 litros de tinto: Clara Ferreira Alves
Lamparina dourada: Pinto da Costa
Apresentador de TV Shop Palestiniano: João Gabriel
Deus: Mário Soares
Diabo: João de Deus Pinheiro."

Rui Pelejão para GranitoDezembro de 2004

O texto completo está nos Camaradas Graníticos

5:02 da tarde  

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