Ainda há esperança: pode ser que o Sporting chegue lá!
Alguém me disse:
O Tino Sehgal propõe-se a investigar a desobjectificação da arte e faz-se pagar por uma peça que investiga esse assunto. Que ele era uma espécie de especialista da informação e do conceito.
Como substituir isto por palavras sensatas? já sei: Blá, blá, blá, Ele é muito bom artista, e gosta muito do clima de portugal, é sempre bom mudar de ares...
É impossível que o objectivo seja uma investigação, simplesmente porque não há conclusões. Ou se elas existiram, só as disse aos amigos.
Qual é o problema da informação se concretizar num objecto, será um sitoma de luta contra a memória... Pfff... Quando lá for, vou anotar tudo o que disserem e fizerem num bloquinho e se conseguir até gravo. Truca! Agarrem qué ladrão!
Das duas uma, ou duas:
Ou o secretismo é prenúncio de intenções duvidosas, ou então, indicia omissão de dados manhosos pertencentes a um passado. Eu sei que é exigir demais para quem já se habituou a gerir estas coisas mas, se calhar, os que são mesmo contra a Total liberdade de circulação das ideias, seja sobre que suporte for, é que são os verdadeiro criminosos e não aqueles que dizem tudo o que lhes vem à cabeça, que copiam, reproduzem, citam, étcétra...
Especialistas deve ser um eufemismo para "wiseguys". A maioria desses tais especialistas que foram pagos por conceitos não foram pagos simplesmente para dar uma ideia... que ficou no ar durante o tempo em que o som não foi absorvido pelas paredes do local em que se encontravam. Provavelmente, venderam um cd, uma folha de papel, um suporte para a ideia.
A diferença não é assim tão grande quando são coisas entre amigos. Mas é gigantesca quando se trata de um comunidade global na qual a informação visa chegar a todo o lado (e é essa a nossa actual condição). Se uma ideia não tiver suporte material não vale nada para quem não a ouviu, não a viu, nem a conhece. Os artistas têm optado pela difusão da ideia de modo localizado, às vezes com uma precisão cirúrgica. O Tino Sehgal leva, de modo propositado, essa atitude ainda mais longe não permitindo qualquer tipo de fixação matérica da ideia. Não estou a dizer que a peças não são poderosas. Antes pelo contrário, elas vão ao fundo da questão conceitual. Mas, não será um reflexo defensivo tão comum como não dizer à vizinha que a nossa galinha já morreu? Parece a muita gente que a arte escapa à banalidade com essa atitude. Mas olhando de modo mais ou menos frio para a sociedade ocidental, essa fuga à banalização acontece até nas conversas de café. Os "secretismos" acontecem todos os dias e, mesmo à escala local, originam quase sempre situações ambíguas, mal-entendidos e até inimizades. Em grande escala criam desinformação geral e lixo conceptual para colmatar a ausência de transparência e preencher vazios de orientação.
O Tino Sehgal propõe-se a investigar a desobjectificação da arte e faz-se pagar por uma peça que investiga esse assunto. Que ele era uma espécie de especialista da informação e do conceito.
Como substituir isto por palavras sensatas? já sei: Blá, blá, blá, Ele é muito bom artista, e gosta muito do clima de portugal, é sempre bom mudar de ares...
É impossível que o objectivo seja uma investigação, simplesmente porque não há conclusões. Ou se elas existiram, só as disse aos amigos.
Qual é o problema da informação se concretizar num objecto, será um sitoma de luta contra a memória... Pfff... Quando lá for, vou anotar tudo o que disserem e fizerem num bloquinho e se conseguir até gravo. Truca! Agarrem qué ladrão!
Das duas uma, ou duas:
Ou o secretismo é prenúncio de intenções duvidosas, ou então, indicia omissão de dados manhosos pertencentes a um passado. Eu sei que é exigir demais para quem já se habituou a gerir estas coisas mas, se calhar, os que são mesmo contra a Total liberdade de circulação das ideias, seja sobre que suporte for, é que são os verdadeiro criminosos e não aqueles que dizem tudo o que lhes vem à cabeça, que copiam, reproduzem, citam, étcétra...
Especialistas deve ser um eufemismo para "wiseguys". A maioria desses tais especialistas que foram pagos por conceitos não foram pagos simplesmente para dar uma ideia... que ficou no ar durante o tempo em que o som não foi absorvido pelas paredes do local em que se encontravam. Provavelmente, venderam um cd, uma folha de papel, um suporte para a ideia.
A diferença não é assim tão grande quando são coisas entre amigos. Mas é gigantesca quando se trata de um comunidade global na qual a informação visa chegar a todo o lado (e é essa a nossa actual condição). Se uma ideia não tiver suporte material não vale nada para quem não a ouviu, não a viu, nem a conhece. Os artistas têm optado pela difusão da ideia de modo localizado, às vezes com uma precisão cirúrgica. O Tino Sehgal leva, de modo propositado, essa atitude ainda mais longe não permitindo qualquer tipo de fixação matérica da ideia. Não estou a dizer que a peças não são poderosas. Antes pelo contrário, elas vão ao fundo da questão conceitual. Mas, não será um reflexo defensivo tão comum como não dizer à vizinha que a nossa galinha já morreu? Parece a muita gente que a arte escapa à banalidade com essa atitude. Mas olhando de modo mais ou menos frio para a sociedade ocidental, essa fuga à banalização acontece até nas conversas de café. Os "secretismos" acontecem todos os dias e, mesmo à escala local, originam quase sempre situações ambíguas, mal-entendidos e até inimizades. Em grande escala criam desinformação geral e lixo conceptual para colmatar a ausência de transparência e preencher vazios de orientação.
4 Comments:
Não é mau...dantes Serralves enchia-nos de alegrias. Misturava com sapiência tudo aquilo que se queria quando se saía de caselas...alguma liberdade, uns suminhos para molhar a boca, amostras despreconceituosas, gente de todo o lado, inclusivé gente de proveniência suspeita.....depois foi o que viu, há que se manter o respeito, que os accionistas chega-lhes a mostarda ao nariz, porque isto assim arde-nos o guito todo....e vieram mais cavaleiros artísticos, que a novidade tinha que ser mantida, já se notavam uns fungos nas paredes, a coisa ficou séria, muito séria, veio o Warhol e levou a taça, veio a Paulinha e levou a Superliga, aqui temos o seu esplendor museológico, doutor BPI....só falta oferecer gravuras com jornais...ai já foi feito? podia-se oferecer vigilantes, então, juntamente com um copinho de Porto Vintage... Ou mesmo ligar as duas ideias, e lançar todas as semanas uma achazinha para os jornais, pois Serralves ainda cai no esquecimento....É o que se chama a merdização da arte, torná-la o mais chata possível para que se leve a sério...(muito provavelmente, o homem até gosta de francesinhas e bebe umas súrbias)
Mas enquanto houver um economista que se lembre de ganhar a vida a reciclar pins listados a vermelho para fazer pins listados a azul, e sair rico com isso, vai haver dezenas de artistas a sairem cá para fora, como tais - alguns com o upgrade de "radicais","subversivos" ou simplesmente "moderados" - para se fazerem à vidinha como advogados, torneadores, alpinistas, caranguejos do meio, porque sabem que lá está à espera o outro meio mundo que lhes ensinaram a enganar... a sério ou a brincar.
Voltei a este bolgue (sic) nem sei muito bem porquê. A verdade é que há comentários que nos obrigam a ripostar, nem que seja apenas para corrigir a desfaçatez com que certas afirmações são feitas. Não vou discutir o trabalho do Tino Seghal, que é, apesar de tudo, um pouco de ar fresco na programação recente de Serralves. Vou apenas lembrar que a seguinte ideia é um disparate total, e nem me vou dar ao trabalho de explicar porquê (ou então, se a explicação se mostrar necessária para me compreenderem, é porque os designers estão mesmo muito mal e quem tem razão é o Hal Foster):
"A diferença não é assim tão grande quando são coisas entre amigos. Mas é gigantesca quando se trata de um comunidade global na qual a informação visa chegar a todo o lado (e é essa a nossa actual condição). Se uma ideia não tiver suporte material não vale nada para quem não a ouviu, não a viu, nem a conhece." (???!!!)
E está dito.
bjs
Ana K.
P.S. quero lá saber do Sporting (muito menos do Sporting)!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Caríssima:
A senhora deve ser mesmo muito artista e, desconfio até que, muito tola. Porque eu esforcei-me para duvidar da frase que escrevi, mas só encontrei uma escrita directa, rude, e sincera.
Imagine que ninguém lhe tinha dito que o Papa tinha morrido. A senhora acha que por divina obra e graça do senhor a mensagem se espalharia até chegar ao seu quarto? Não... Para si, o homem estaria vivo!
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