sexta-feira, maio 05, 2006

Pela matina pensa-se mais! Até logo à noite.

Os fenómenos mainstream são um sub-produto de sub-culturas. Mas isso não é o mesmo que dizer que as manufacturas das sub-culturas pertencem uma zona de ensaio de fórmulas que funcionam na maioria das situações. Diz-se, então, que os produtos globais, aqueles consumíveis pela massa populacional desinformada dos contexos onde os produtos foram criados, são uma coisa passível de leitura "sem preocupações de causa e de de efeito" (citando Heitor Alvelos). Os produtos são autónomas porque podem ser lidos sem introduções nem epílogos que os apresentem, não recolhessem os seus produtores conclusões testadas nos mais restritos ambientes, não soubessem eles mais que muitos empresários da indústria do entretenimento que em vão tentam recorrer a uma disciplina chamada Marketing que não passa de uma introdução muito, mas mesmo muito, arcaica à economia da cultura.
Uma cave fechada a sete chaves não é senão um laboratório com mais impurezas. Menos falível que um teste de estúdio de uma multinacional. O estúdio é o laboratório que cria a fórmula, a cave é o país terceiro-mundista, em vias de desenvolvimento, que lhe serve a inspiração, confirma a atitude prometendo mercado.
Não voltamos ao mesmo. Nos zeros (the 00's), não podemos pensar que a zona de ensaios, está isenta de moral ou consciência.
Isto é: o terreno intermédio que a ideia ocupa por si mesma não é alheio a uma série de mandamentos por escrever, subentendidos nos actos, nos modos, enfim na cultura.
Isto não é: a ideia que funciona sem o tradicional conhecimento do universo do emissor é sempre despida de ética.
Prefiramos antes julgar como bom serviço o código por que nos vamos entendendo. Aquele que os produtores de cultura massificada disponibilizaram, aquele que decidimos usar e fomos enriquecendo. Quantos contos e fábulas perdidos num país nórdico não foram re-apresentados pela Universal City Studios. E o que seria da Alice e do País das Maravilhas se a Disney não nos pusesse a coisa em cassete e DVD.


Quem estuda comunicação não pode desinteressar-se pela problemática inerente à tradução da mensagem, ao meio que a veícula, como dizê-lo,,, ... ao conjunto de novas possibilidades narrativas que aprendemos a fazer na passagem da conversação directa, debate onde o entendimento contextual é colectivo, para a comunicação em que o afastamento entre o emissor e o receptor é dado adquirido a priori.
No processo distanciado, o desconhecimento da autoria (desinformação inicial) e a dúvida presente até ao momento em que a reação é recebida (feedback que confirma o sucesso ou insucesso da transmissão) geram um imenso campo de actividade ainda pouco explorado no design português e na grande maioria dos produtos comunicativos portugueses. Este momento acarreta consigo a natural intensidade da espera que reside entre o momento em que o grito para o vazio é lançado até ao momento em que ele regressa, que pode ou não ser enriquecido. Com menos poesia: quem ousa a fala, não fala por falar... Assim o sucesso da transmissão da mensagem, já não pode depender da sua forma. Ele depende mais do seu conteúdo, tema, relevância que do seu desenho. Assim como a um mensagem sem interesse e bem cantada só não ecoa porque o emissor lhe vira as costas assim que a lança.
O decorativismo tem por isso sido cada vez mais abordado por um conjunto de produtores portuenses não como o que o seu próprio nome indica, mas como um arranjo, aparentemente fútil, que se arma de pequenos signos que, mais que seleccionarem à partida o público, o agarram dentro dos interesses dele próprio. O pormenores dizem agora respeito ao cerne da mensagem porque o objecto do criador do conteúdo ornamenta-se cada vez mais profundamente. Ainda assim a responsabilidade está neste meandro tanto no emissor como no receptor. Sim. No receptor, que não deve apenas reclamar a informação como um direito mas que deve antes tentar compreender o processo comunicativo como um projecto conjunto do qual faz parte, podendo contribuir para a criação de uma cultura auto-sustentável porque orgânica e fluída.
Vou dormir Bigodeiros mas isto continua...

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ó Marrucho achas que poderia usar o blog como propaganda para o projecto Ready-Made In China... estamos a precisar de publicidade e público. Nada de intelectual... Só umas fotos e links para descarregar mp3. Agradecia o gesto.

By da way, parabéns pelos 7 anos de som!

12:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Terrês, quaterro, cinco, seis.....................


Penso serre de mau gosto este pedincharre de perropaganda num post que tenta esgrrimarre com corragem cerretos aspectos da culturra e da comunicação fazendo até referrência a nós, anónimos terransmissorres de mensagens digitais. Parrece-me de mau gosto e desrrespeitoso parra o autorre João até porreque não faz nenhuma referrência ao texto aperresentado.

Na continuidade de outrros comentários crríticos meus a posts anterriorres e que causarram alguma conterrovérresia, resolvi fazerre alguns reparros em relação a este texto, porretanto aqui vão mais umas dicas parra quem querre serre bem sucedido em qualquerre actividade não só intelectual como também arretística.
O texto, como já disse, indicia um autorre corrajoso, mas em última análise, não está muito bem conseguido. Tem demasiadas palaverras mas pouco texto. E faz uso excessivo dos terremos das terradicionais dicotomias receptorre/emissorre anunciados em qualquerre currso de comunicação. Invente palaverras e conceitos novos. Falta-lhe também um título aperroperriado. Sugerria um título com terrês ou mais palaverras e evite porre em subtítulo irrónico. Cite mais. Autorres designerres porretugueses está forra de questão. Evite aqueles mais óbvios, como Deleuze ou Foulcaut. Perrocurre algum que faça referrência à termodinâmica ou mecânica de fluídos.
A perrimeira parrete está algo confusa, com várrias metáforras que não ajudam à comprreensão.O texto deve serre complexo pela complexidade do conteúdo e não pela complexidade da forrema. Não gerrar conceitos novos aterravés de metáforras mas aparretir de ideias e palaverras novas. A segunda parrete gosto mais, parrece-me mais perretinente, se bem que o último terreço do parrágrrafo final está feito a despacharre mesmo tendo referrência a questões que estão na moda e que aconselho como o orregânico e os fluidos.
Considerro que o texto tem valorre e semperre escapa á vulgarridade de cerretas oberras sérrias que parra aí se mosterram.

Façam o favorre de mosterrarrem mais terrabalho que eu estou aqui parra comentárre be bom grrado!

Oberrigado e boa tarrede

3:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Primeiro:
Penso ser de mau gosto comentar um comentário de mau gosto. Para não dizer inútil, já que está à vista de toda a gente (principalmente aos olhos do Marrucho) que o comment é uma pedinchiçe. Mas enfim, já teve o seu efeito.

Segundo:
O Marrucho ainda pensa que sou o conde de contarre, por isso, sr. conde trate de me livrar desta. Não quer ser confundido com um pedante de mau gosto pois não?

Parabéns pelo esforço de tentar ser crítico e eloquente...

4:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

cinco mil quinhentos e vinte e um, cinco mil quinhentos e vinte e dois.............................


Sá, penso que não é de mau gosto comentarre negativamente um comentárrio que o perróprrio acaba porre admitirre serre de mau gosto. O teu conterra comentárrio é perrova disso. Ao admitirres a pedinchisse comperrova também a perretinência, ainda que modesta, do meu post. Foi só um reparro.

Quanto ao serres Conde de Contarre ou não, posso apenas dizerre que não és. Mas podes serre, se quiserres. Qualquer um pode serre. Eu não reclamo autorrias. Que tal encarrenarres o Popas? Fica a sugestão.

Boas tarredes e oberrigado

8:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

tens de aprender a escrever português pá, se queres expressar as tuas opiniões facilita a comunicação aos outros. Vá lá, ao início até achava piada, agora irrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrita

12:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Terrês, quaterro ,cinco, seis, sete, oito , nove, dez....................


O Conde de Contarre foi crriado justamente parra irritarre. Oh, lá está se calharre o perroblema está no conteúdo e não na forrema. O que é que te irrita? Aquilo que eu digo ou como escrrevo? Esperro que porre vezes, enquanto pensam parra vós perrópios, que se lemberrem deste sotaque gerremânico, e que dêem porre vós a falarre interriorremente à maneirra do Conde de Contarre. Esse é o meu desejo. Parra além disso, a linguagem é liverre. Bem hajam as aberreviaturras e derreforremações da fala e da escrrita perrovenientes do uso do telemóvel e do messengerre. Quanto ao conteúdo, sei que nem semperre sou agrradável, mas se fosse, isto não terria piada nenhuma, não é verredade? De qualquerre maneirra, eu porre vezes arrependo-me do que digo. Tenho corração. Frrio é cerreto, mas é devido á minha condição de vampirro.


Boa tarrede

10:02 da tarde  
Blogger joao said...

No teu caso o problema é mesmo a forma da escrita. Encara muito do resto como elogiado.

11:05 da tarde  

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