O Primeiro Blog de Todos os Tempos!

Antigo FBAUP, FBAUP404

segunda-feira, julho 31, 2006

Jam no Hot 5

José Marrucho é aquele conjunto de píxeis escuros lá atrás. O vídeo foi filmado no único bar de jazz do Porto, durante uma das últimas Jam Sessions. Os Hot 5 foram uma das formações iniciais do Louis Armstrong, e agora dão nome a este espaço aberto recentemente na baixa, perto do Teatro Nacional S. João. Começa já a ter um público fiel. Lembro-me que nesta noite eu e o João Bento ainda lá aparecemos no final para beber um fino com uma dúzia de músicos que penicava o amendoim. Para boémio desatento e para o amante de Jazz, às quintas sem bilhete: Jam Sessions. Presença obrigatória.



João Guimarães - Sax Alto
Pedro Neves - Piano
AP - Guitarra
Rui Leite - Contrabaixo
José Marrucho - Bateria

terça-feira, julho 25, 2006

Azul Bombarda - 2 novas bandeiras esta semana




In order to keep my ebay macarónic English:



GB and FS were sold in two days.
Here it goes, the third and fourth flag in auction.
Don´t waste the chance to make a collection, you can buy 5 if you want.

quinta-feira, julho 20, 2006

Reacções à Textos e Pretextos Nº8

Primeira crítica opinante (quase neutra) à Textos e Pretextos Nº8 por Eduardo Pitta.
Não lhe agradaram os destaques, mas o vocábulo estrageiro apraz-nos: "Grafismo de rigueur, embora, do meu ponto de vista, fossem dispensáveis os sublinhados nos textos.(...)"

Duas Artes

Limonada
Limao

Dia do Salto Mundial.
world jump day

Niesward claims that on this day "Earth occupies one of the most fragile positions in its orbits for the last 100 years." According to the site, the shift in orbit will "stop global warming, extend daytime hours and create a more homogeneous climate."

The Man Who Wasn't There

Niesward's theory has at least one major flaw: Niesward doesn't really exist. He is a character created by Torsten Lauschmann, a German-born artist living in Scotland. Lauschmann, a live performer, filmmaker, DJ and photographer, may be best known for his work "Misshapen Pearl," described as a "phenomenological investigation of the streetlamp's function in our consumer society."

Lauschmann's multimedia approach has allowed him to explore a wide variety of subjects, including butterflies, paparazzi photos and, now, a flash-mob experiment.

In 2005, Lauschmann encouraged scientists and bloggers from around the world to discuss World Jump Day.

world jump day 2

"He thought it would just circulate among friends, but it quickly seemed to morph. Within weeks it was global - people in Australia were talking about it on the radio," said Neil Mulholland, a reader in contemporary art theory at Edinburgh College of Art. "The more it was discussed, the more people joined the site, and it crashed several times."

quarta-feira, julho 12, 2006

PROJECTO INDIVIDUAL


O Projecto Individual foi criado no meu Porto. Eu, Francisco Eduardo, comecei com isto, mas não tenho intenção de o acabar sozinho. A regra, ou melhor, a sugestão, para alem do bom senso (não raptarei nenhum galerista), é a da existência de pelo menos 2 pessoas envolvidas.


Contexto:

Existe esta rua no meu Porto, conhecida como a rua das Galerias, “Rua Miguel Bombarda”. Existem 16 Galerias ao longo da rua, mais uma (Espaço JUP). Todas elas, excepto esta última, obedecem a um protocolo estabelecido entre as partes que faz com que o interesse comercial funcione, por exemplo o dia de comum inauguração.

Nós decidimos alterar as faixas que cada uma tem há porta. Fizemos com que todas as exposições pertencessem também ao Francisco Eduardo. Fomos Processados. O João Fernandes, o actual director do Museu de Serralves, apoiou-nos verbalmente, e mais tarde a queixa apresentada foi retirada. Não temos nada contra as galerias, assim como nada temos contra Serralves (isto porque, também já lá realizamos um projecto individual). Estamos apenas a criar a nossa visibilidade e a contribuir para a conversa artística contemporânea.


O que estamos a vender e como?

Estamos a vender as bandeiras expostas como objectos artísticos individuais. A plataforma escolhida é a web, nomeadamente o “Ebay”. Vamos entregar a cada galeria 15% do que for conseguido em cada leilão e os 85% estão destinados a um outro projecto individual. O preço inicial será igual para toda a rua. Venderemos 2 bandeiras cada semana.



Podem aceder ao leilão nos próximos 7 dias pelos seguintes sites:


http://cgi.ebay.com/Hung-band-GB_W0QQitemZ200006746969QQihZ010QQcategoryZ4174QQssPageNameZWDVWQQrdZ1QQcmdZViewItem

e

http://cgi.ebay.com/Hung-band-FS_W0QQitemZ200006747714QQihZ010QQcategoryZ4174QQssPageNameZWDVWQQrdZ1QQcmdZViewItem



Obrigado.

Em nome de toda a gente,

Francisco Eduardo

segunda-feira, julho 10, 2006

Ultimamente no meu Porto | Lately in My Porto

1
Lançamento do 4ºE.P. da Ástato CDR, Nova Emoção de Marçal dos Campos
Nova Emoção by Marçal dos Campos, 4th Ástato CDR release.

Podia ser a nossa melhor edição, e para alguns de nós, é mesmo. O (At)4 é talvez aquele que se aproxima mais da música popular portuguesa. Sem espaço para qualquer dúvida Nova Emoção é definitivamente um conjunto de clássicos do movimento portuense Nova Emoção.
It could be our best release so far, and for some of us, it really is. (At)4 is probably the one that gets closer to portuguese traditional and popular music. Without a doubt, Nova Emoção is definitely a standard set of the Neo Emo Porto movement.

Imagem0093
at4

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2
E-Flyer da Festa de Finalistas de Design de Comunicação da F.B.A.U.P.
The E-Flyer of the Communication Design Fine-Art Finalist Party

portugalperdeumaseuaindasou

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3 Homenagem à O.S.G.A.
Homage to O.S.G.A.
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domingo, julho 09, 2006

O fim de uma Era

THE END OF AN ERA

Ainda me lembro, no meu tempo, a Times New Roman era incontornável!"
Isto devia estar numa T-shirt ou então a tradução global:
I proudly used Times and Comic!

http://neosmart.net/blog/archives/182

Agradecimentos ao Ricardo pelo link.

sexta-feira, julho 07, 2006

Expuseram e expõem de novo.





















terça-feira, julho 04, 2006

Passagem de Testemunho.

Declaração oficial do fundador:

Eu João Alves Marrucho, quasi-licenciado em Design de Comunicação - Artes Gráficas, encerro aqui o controlo absoluto que me reservei durante os dois anos que passaram desde a criação do primeiro blog oficioso e oficial da FBAUP. Para isso partilho agora o título de administrador do FBAUP404 com os actuais colaboradores, os únicos com assumida vontade de participar num dos maiores pontos de referência cultural para o corpo discente, corpo docente e, porque não, para os funcionários da Faculdade de Belas Artes da Faculdade do Porto.
De momento, a lista de colaboradores é constituída pela minha pessoa, por Francisco Eduardo e pelo colectivo Ready-Makers. É neles que deposito a minha confiança para que tomem as medidas necessárias, acreditando que as suas capacidades, quer técnicas quer criativas, garantirão o bom funcionamento deste sítio. A partir de agora, ambos os novos administradores saõ livres para alterarem tudo o que desejarem.

Num momento em que a geração blog publica noutros suportes muito do o seu trabalho realizado no que alguns já chamaram de imprensa do povo, não fujo à regra e desenhei um livro (edição limitada) com uma selecção apurada do que considerei serem as minhas mais importantes afixações no FBAUP404. É assim que entendo fechar com chave de ouro a responsabilidade que tenho como administrador. Obviamente não deixarei de voltar com o máximo de regularidade que me for possível, e continuarei a contribuir com o meu melhor.

Desejo as maiores felicidades ao Francisco e aos Ready-Made in China!

O ex-administrador,
João Alves Marrucho, também conhecido como João da Concorrência.

Elogioso apenas. Raramente só!

Já que ninguém me cita nem ninguém me elogia, aqui fica um texto sobre as coisas más, mas que eu vejo como boas em mim. Estava a precisar. E parece que poucos perceberam pois ultimamente tenho sido confrontado com uma série de críticas que de algum modo são dirigidas à minha pessoa e ao meu trabalho. Nada de grave porque não passam de boatos. Meras conversas de café que pela seriedade da calúnia são ditas de jeito carrancudo.
Anda no ar a ideia que é quase impossível trabalhar comigo e apenas os santos o conseguem. Não são os santos, são os melhores. Eu gosto de trabalhar em conjunto, comecei a fazê-lo há muito tempo e sempre cheguei, tanto como levei, mais longe do que pensava.
"- Peneirento e arrogante." -Heresia! Apenas melhor em quase tudo.
Diz que não dou ouvidos aos outros e não aceito opiniões contrárias, quando sou o primeiro a aceitar sem discussão uma solução eficaz para um problema. Preferiam que eu questionasse a gravidade como um filósofo sem rumo, até que a maçã caísse no pavimento apenas para se desfazer em mil pedaços destinados à podridão?
Dou quase sempre o braço a torcer antes de errar, e são raros aqueles que se podem orgulhar de me fustigar com a sempre evitável expressão: - Eu eu bem te disse. - Normalmente isso calha-me a mim e só eu sei que todas as vezes não o disse por compreender que não era necessário explicar os moldes em que o leite se tinha derramado. O leite desenha o suficiente. Eu pelo menos aprendo com as falhas mais que com a posição crítica (embora muitas vezes a prefira porque aí não tenho de imaginar). Contenho-me para não chatear, e quando dou a minha opinião sobre o que se pode melhorar não uso eufemismos. Faço isso com intuição e baseado em alguma experiência profissional.
"- É azedo, tempestuoso e não dá espaço para que os outros brilhem." - Calúnias Grandiosas! Sou melancólico, cedo ao ímpeto de maneira inevitavelmente honesta e abrilhanto o palco com a minha presença.
"- Não tem tento na língua, ofende e é mal educado." - Mentira maior! Confio na minha bondade e não dou palmadinhas nas costas e digo o que acho na situação em que o devo fazer (nem sempre a mais pertinente para o ambiente da sala mas quase sempre a melhor para o futuro).
E porque raio tão poucos me citam se andam tantos a fazer do mesmo? Só os desconhecidos é que escrevem textos? Qual é será o universo de quem me critica? Provavelmente o de agora. Ensaios de gosto, acid-house, boné, noise, jogos de autoria, dance dance euro-revolução, blogs, dingbats, pre-sets, I-tunes (ao vivo), música electrónica, posters à mão, radio-jamming, editoras cdr, camisas de pele de pissa de andorinha, house, Times New Roman, net nas frequências e exames de consulta em 2005, Nova Emoção (e não fica por aqui). À excpeção do último conceito, todos ultrapassam a minha criação, mas faço muito com o que eles representam. É que quando cheguei, só via óculos de massa, djembés, música popular francesa, DJs de música esquisita, techno, música do mundo, sweat-shirts pretas, flyers suiços, Chalet e TDR, silêncio nas aulas e ai de quem gostasse de Euro. Ninguém nunca tinha escrito Ao Vivo num flyer. Isso era para o Luís de Matos ou para Agrupamento Musical da Maria Cachucha.
"Citar um autor nacional, um contemporâneo, um amigo ou inimigo, é, entre nós uma raridade ou uma excentricidade como usar capote alentejano. A referência nobre é a estrangeira por mais banal que seja, e quem se poderá considerar ausente de um reflexo que é, por assim dizer, nacional? Vivemos todos como se não concedessem o crédito– um crédito vivificante e não a simples utilização partidária que fazemos dos outros– à produção cultural portuguesa, como se não concedemos à moeda em época em tempo de crise. Vivemo-nos sob o modo de um desenraizamento histórico singular que só na aparência é negado pela exaltação sentimental com que nos vivemos enquanto portugueses."
Eduardo Lourenço, 1978, e retirado do blog http://teseapuros.blogspot.com/. É que eu leio poucos livros.

Proximidade a mais, alguma exposição em demasia, ego forte e a actividade competitiva devem explicar o resto.
Por favor para dizer mal ou pensar mal, comprem revistas cor-de-rosa sobre o Cristiano porque (apesar de me achar) ainda não sou uma estrela.

Nota: Ficam aqui algumas imagens cuja única característica que têm em comum é estarem no meu Flickr. Pouco ou mesmo nada se relacionam com o texto.

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domingo, julho 02, 2006

Processo Comunicativo Banal

Desenvolvimento de um texto anterior.

Os fenómenos mainstream são um sub-produto de sub-culturas. São um conjunto de re-fazeres, produtos tipo, de liberdades e convenções minoritárias. Diz-se, então, que os produtos globais, aqueles consumíveis pela massa desinformada dos contextos onde os produtos foram criados, são um ponto, passível de leitura "sem preocupações de causa e de de efeito" (citando de modo livre Heitor Alvelos). Autónomos porque podem ser lidos sem introduções nem epílogos, não recolhessem os seus produtores conclusões testadas nos mais restritos ambientes, não soubessem eles mais que muitos empresários da indústria do entretenimento que em vão tentaram criar uma disciplina chamada Marketing que não passa de uma introdução muito arcaica à economia da cultura.

Uma cave fechada a sete chaves não é senão um laboratório com mais impurezas mas menos falível que um teste de estúdio de uma multinacional. O estúdio é o laboratório que cria a fórmula, a cave é o país terceiro-mundista, em vias de desenvolvimento, que lhe serve a inspiração e confirma a atitude prometendo mercado. Não voltámos ao mesmo. Nos zeros, não podemos pensar que a zona de ensaios, a garagem, está isenta de moral ou consciência. Ou seja: o terreno intermédio que a ideia ocupa por si mesma não é alheio a uma série de mandamentos por escrever, subentendidos nos actos, nos modos, enfim, na cultura.
Infelizmente existe a tendência defensiva tomada por muitos comunicadores que os faz virar para um posicionamento anti-global porque, aparentemente, os choques culturais parecem invalidar-nos todo um sofrido conjunto de valores construídos em realidades sociais isoladas, que até há pouco tempo estavam distantes. Prefiramos antes julgar como bom serviço o código por que nos vamos entendendo. Aquele que os produtores de cultura massificada disponibilizaram, aquele que decidimos usar e fomos enriquecendo. Quantos contos e fábulas perdidos num país nórdico não foram re-apresentados pela Universal City Studios? E o que seria da Alice e do País das Maravilhas se a Disney não nos pusesse a coisa em cassete e DVD?

Quem estuda comunicação não pode desinteressar-se pela problemática inerente à tradução da mensagem, ao meio que a veícula, como dizê-lo,,, ...ao conjunto de novas possibilidades narrativas que aprendemos a fazer na passagem da conversação directa, diálogo ou debate (onde o entendimento contextual é colectivo), para a comunicação em que o afastamento entre o emissor e o receptor é dado adquirido a priori.
No processo distanciado, o desconhecimento da autoria (desinformação inicial) e a dúvida presente até ao momento em que a reação é recebida (feedback que confirma o sucesso ou insucesso da transmissão) geram um imenso campo de actividade ainda pouco explorado no design português e na grande maioria dos produtos comunicativos portugueses. Este momento acarreta consigo a natural intensidade da espera entre o momento em que o grito para um vazio é lançado até ao momento em que ele regressa. Ele pode ou não ser enriquecido. Com menos poesia: quem ousa a fala, não deve falar por falar... Deve sim, arriscar consciente, compreendendo a responsabilidade que tem sobre a mensagem, percebendo os modos em que ela pode ser deturpada.
Num cenário global, e contrariando em parte a ideia que McLuhan fazia do processo comunicativo, penso que o sucesso da transmissão da mensagem, não depende somente da análise correcta do meio. A satisfação do resultado visado pelo emissor prende-se mais ao tema e relevância da mensagem que ao seu desenho. Assim como uma carta sem interesse só não regressa porque o emissor lhe virou as costas no momento em que a lança.
Vou tentar fazer uma sistematização do que falo, uma vez que sinto discrentes e sem precisão de ataque muitos daqueles que cultivaram e consolidaram as suas estratégias comunicativas, acções e ritos sociais antes das possibilidades "hiper-narrativas" potenciadas pela evolução dos tecnológica dos meios de comunicação contemporâneos. Estas distinções são beneficiadas porque são pensadas de modo lato, servis a uma composição de dois terminais ou a um universo de cinco mil terminais. Note-se que o sistema que aqui está descrito também não tenta especificar demasiado a sequência temporal dos momentos e menos dos processos que neles e deles decorrem.

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Entenda-se que qualquer um destes momentos possui poder de veto quanto ao diferimento do processo. O próprio meio pode amplificar ou anular o objectivo. Talvez seja essa uma das razões pela qual ganhamos confiança ao gravar as diferentes fases de um processo. É pelo menos por isso que eu favoreço a opcional publicação dos segredos em deterimento do agenciamento estatal ou privado da informação. Porque, apesar da petrificação que o caos que a liberdade de circulação de ideias irá causar numa fase inicial, o meio (em conjunto com o senso de cada comunicador) tratará de desviar as atenções das regras paradoxais pelas quais ainda pensamos que regemos este fenómeno. Talvez só a custo de uma intensa humilhação causada pela exposição publica possamos compreender a nossa natureza o propósito da comunicação. Pelo menos desse modo não se corre o risco do regresso ditatorial à maioria das civilizações. Esse perigo é eminente nos processos de confidencialização a gestores de informação que agora estão a decorrer. É-me impossível dar ao discurso sobre a troca de dados e comunhão de ideias qualquer atributo tautológico positivo se muitos ainda pensam que Liberdade de Imprensa, Sigilo, Educação, Religião, Segredo, Neutralidade da Rede, Iconoclastia, e Propriedade Intelectual não potenciam valores antagonistas e desentendimentos. Um dos maiores problemas da contemporaneidade, é precisamente a passividade da qual as massas dos países desenvolvidos se recusam a sair. O conforto da narrativa fechada é sempre mais sério e menos lúdico que a interactividade. Repare-se como os produtores de novas tecnologias se aperceberão do facto e como começarão em breve a debitar artigos interactivos cujos sistemas sejam controláveis. Fartos de hiper-actividade assistiremos descansados ao regresso aos circuitos fechados. Por uma questão de estilo.

Actualmente vivemos o registo mais intensamente que o próprio momento. É nele que compreendemos a maior parte da nossa existência. A fixação das situações vividas que nos coloca em nós próprios pelo confronto.
Os jovens compreendem muito bem este processo, porque o vivem há muito, e sem terem tido necessidade de lutar pela liberdade, estão conscientes que foram educados paralelamente à explosão informativa e publicitária. Coisa das últimas 3 décadas. As próximas gerações saberão do que falo ainda melhor. Compreenderão que qualquer fixação pode ser reveladora demais, e se nada for feito usarão esconderijos. Por agora o decorativismo já tem por isso sido abordado por um conjunto de produtores portuenses não como o que o seu próprio nome indica, mas como um arranjo, aparentemente fútil, que se arma de pequenos signos que, mais que seleccionarem à partida o público, o agarram dentro dos interesses dele próprio. Os pormenores dizem agora respeito ao cerne da mensagem porque o objecto do criador do conteúdo ornamenta-se cada vez mais profundamente. Ainda assim a responsabilidade está nestes meandros tanto no emissor como no receptor. O receptor, que não deve apenas reclamar a informação como um direito (apesar de o ser) mas deve antes compreender o processo como um projecto conjunto do qual faz parte, pode contribuir para a criação de uma cultura auto-sustentável porque orgânica e fluída.

João Alves Marrucho