A maravilhosa actividade da comunicação.
A palavra design durante o seu período de entranhamento no vocabulário popular, passou a ser utilizada para adjectivar positivamente um produto que se submeta aos cuidados da disciplina. O seu desenvolvimento paralelo e complementar ao das artes do século XX nem permitiu aos profissionais especializados na área encararem o seu trabalho com a seriedade dos estudos científicos, nem encontrar o conforto proporcionado pelas legtimações elitistas. Não faltaram tentativas para teorizar de modo sério a actividade, mas muitas delas atingiram conclusões ridículas. A teoria da cor de Kandinsky, por exemplo, apoiou-se sempre em opiniões pessoais, e os manifestos colectivos e individuais foram perdendo validade e pertinência.
As grandes batalhas da arte dos anos 70 travaram-se na frente da desmaterialização da peça, enquanto a literatura e a engenharia inventiva já tinham dada como certa a importância da ideia, aquando da primeira legislação relativa aos direitos de autor nos finais de séc XVIII. Chegando ao séc. XXI, Design é um termo de uso massificado e o seu emprego funciona geralmente como garantia de produto de qualidade. Os teóricos do design deixaram de se preocupar com a imposição de restrições significativas à utilização da palavra, e talvez seja, esse, um dos avanços em relação à teoria da arte, que muitas vezes limitou a correcta aplicação do uso do signo a um número reduzido de practicantes. Invertendo o pensamento, Mário Moura ousa afirmar que "o design está para a arte assim como o pastor está para o rebanho", na medida em que a actividade previamente denomidada por arte comercial (a.k.a. design gráfico) encontra na arte (no convencional sentido do termo) um infidável número de recursos criativos. Não é uma questão de submissão nem de seguidismo. É antes um desporto como todos os outros onde quem tem mais jogadores pelo seu lado, marca mais golos.
Nem todos os produtos são oriundos de um processo bem sucedido de trabalho de avaliação, detecção e resolução de um problema comunicacional mas o exercício de distinção entre a práctica correcta de uma disciplina e o mau uso da mesma actividade, nunca ficou totalmente resolvido. É nesse campo que a comunidade de designers incide recorrentemente com a mesma obcessão que os artistas plásticos modernistas tinham na primeira metade do século XX. A procura do novo e a ultrapassagem qualitativa ou quantitativa do modelo anterior, ainda hoje ajudam o espírito competitivo a criar novos códigos apoiados nos já existentes. Este estado só é possível porque na sua génese, o design, resolvia problemas de comunicação. A actividade que surgiu para remendar com criatividade os métodos de produção em série, foi relevante para enobrecer o meios de comunicação para massas. Com o passar dos anos, houve quem passasse a descrever o Design como um contentor apelativo mas vazio de significado, pro-consumista, sem quaiquer pretensões de democratização. Ou melhor, como uma actividade cujos propósitos seriam os de acentuar uma estratificação social em prol de detentores de maior poder económico e político, que financiam a própria actividade. Não sendo uma disciplina estanque, nem necessitando de ligitimação por parte de elites, o Design sempre conseguiu evitar a completa cedência aos interesses particulares. Ele ainda é importante como forma de comunicação colectiva e o seu alcance torna possível que a melhor e/ou a pior das mensagens circule livremente.
As grandes batalhas da arte dos anos 70 travaram-se na frente da desmaterialização da peça, enquanto a literatura e a engenharia inventiva já tinham dada como certa a importância da ideia, aquando da primeira legislação relativa aos direitos de autor nos finais de séc XVIII. Chegando ao séc. XXI, Design é um termo de uso massificado e o seu emprego funciona geralmente como garantia de produto de qualidade. Os teóricos do design deixaram de se preocupar com a imposição de restrições significativas à utilização da palavra, e talvez seja, esse, um dos avanços em relação à teoria da arte, que muitas vezes limitou a correcta aplicação do uso do signo a um número reduzido de practicantes. Invertendo o pensamento, Mário Moura ousa afirmar que "o design está para a arte assim como o pastor está para o rebanho", na medida em que a actividade previamente denomidada por arte comercial (a.k.a. design gráfico) encontra na arte (no convencional sentido do termo) um infidável número de recursos criativos. Não é uma questão de submissão nem de seguidismo. É antes um desporto como todos os outros onde quem tem mais jogadores pelo seu lado, marca mais golos.
Nem todos os produtos são oriundos de um processo bem sucedido de trabalho de avaliação, detecção e resolução de um problema comunicacional mas o exercício de distinção entre a práctica correcta de uma disciplina e o mau uso da mesma actividade, nunca ficou totalmente resolvido. É nesse campo que a comunidade de designers incide recorrentemente com a mesma obcessão que os artistas plásticos modernistas tinham na primeira metade do século XX. A procura do novo e a ultrapassagem qualitativa ou quantitativa do modelo anterior, ainda hoje ajudam o espírito competitivo a criar novos códigos apoiados nos já existentes. Este estado só é possível porque na sua génese, o design, resolvia problemas de comunicação. A actividade que surgiu para remendar com criatividade os métodos de produção em série, foi relevante para enobrecer o meios de comunicação para massas. Com o passar dos anos, houve quem passasse a descrever o Design como um contentor apelativo mas vazio de significado, pro-consumista, sem quaiquer pretensões de democratização. Ou melhor, como uma actividade cujos propósitos seriam os de acentuar uma estratificação social em prol de detentores de maior poder económico e político, que financiam a própria actividade. Não sendo uma disciplina estanque, nem necessitando de ligitimação por parte de elites, o Design sempre conseguiu evitar a completa cedência aos interesses particulares. Ele ainda é importante como forma de comunicação colectiva e o seu alcance torna possível que a melhor e/ou a pior das mensagens circule livremente.
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