Olha lá! A Crítica.
Pensava que o Dingbat escolhido para representar a exposição "Olha lá!" era uma apropriação exacta do exercício de Paul Rand para a IBM. Mas não.
Na avenida Rodrigues de Freitas, número 138, até ao passado dia 29, foi possível ver uma mostra colectiva de peças da autoria de seis jovens artistas ainda em fase de licenseamento em pintura.
Sabe-se que no final dos anos lectivos há sempre alguma quentura. Nos últimos quinze dias o ambiente foi mais do que morno. Não interessa ditar todos os nomes dos envolvidos nesta saudável conspiração, mas permito-me falar no caso dos seis de pintura mais em pormenor sem deixar de fazer algum tipo de comparações. Elas permitem concluir! Acho aborrecido e revoltante quando os autores são demasiado flexíveis e abertos na mensagem.
Posso mesmo começar por aqui e começar já por afirmar que não compreendo o interesse de obras que não pretendem dizer nada. Estejamos quietos então! Alguns argumentam que os artistas não são obrigados a comunicar. Está mal visto... Não é uma questão de obrigação, é uma de necessidade. Há quem opte por não satisfazer a vontade (uma espécie de masoquismo ou de auto-mutilação que gera um sentimento de melancolia (estar feliz por estar triste)) que leva o autor a desculpar-se da inocuidade das suas construções. Não é uma característica exclusiva de artistas. Ela estende-se a designers.
Na Olha lá! encontrei um acrílico sobre tela onde figurava um mapa da europa onde não estava Portugal, outras repesentações do velho continente onde o país ia saindo da serigrafia, uma onde o território representado era 98% mar. Encontrei placas de k-line com impressões a cores de setas, ruas, mapas, marcas, e de outros signos que não geravam qualquer tipo compreensão. Vi quatro televisões similares com filmes des-sincronizados (representações de algodão) onde um tipo descrevia em francês os materiais utilizados para a execução da peça. Vi mais umas tantas K-lines com impressões a cores de caixas de reciclagem oriundas de uma sala de computadores da FBAUP. Descobri entre panos um rosto quieto de menina com farinha na cara justaposto ao mesmo exprimindo tiques faciais controlados, uma simetria entre uma vectorização das rugas originadas pela queda da farinha e um zoom digital (mais que plano de pormenor) das mesmas, mais uma animação feita com páginas de lista telefónica e uma representação de uma parede de zinco que distorcia a luz de tão quente. Também me cruzei com um suporte que dividia o espaço do campo de visão com quatro manipulações fotográficas.
Conheço todos os artistas, uns mais do que outros, e sobre a maior parte dos trabalhos sei mais do que a mera descrição. Abdico no entanto de prestar mais informações sobre as peças. Acredito que esse tipo de responsabilidade pertence ao autor e, portanto, não me sinto obrigado a cumprir a tarefa. Como é natural, a minha proximidade com alguns destes artistas levou-me a informá-los da minha intenção em escrever sobre aquilo, e como seria de esperar, logo fui alertado para o facto de que a crítica nunca deveria ser gratuita. Assim, sem qualquer maldade, caso pretendam uma reflexão conclusiva sobre o evento por favor contactem-me em joaodaconcorrencia no gmail ponto com e enviem um cheque no valor de 100 euros para a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Considerem o acto um de mecenato e fé na arte.
Caso pretendam uma reflexão aprofundada sobre a apresentação da segunda parte da mostra de trabalhos de alunos de 5º ano de Design de Comunicação no cinema Passos Manuel, podem pedi-la no mesmo enderenço electrónico e enviar um cheque no valor de 100 euros para a mesma instituição.
A crítica será anexada em formato rtf, num e-mail. Garantam que a Faculdade saberá a quem se dirigir aquando da recepção do cheque para que eu possa prestar o serviço a que me proponho. O meu número de aluno é 991203047.
Na avenida Rodrigues de Freitas, número 138, até ao passado dia 29, foi possível ver uma mostra colectiva de peças da autoria de seis jovens artistas ainda em fase de licenseamento em pintura.
Sabe-se que no final dos anos lectivos há sempre alguma quentura. Nos últimos quinze dias o ambiente foi mais do que morno. Não interessa ditar todos os nomes dos envolvidos nesta saudável conspiração, mas permito-me falar no caso dos seis de pintura mais em pormenor sem deixar de fazer algum tipo de comparações. Elas permitem concluir! Acho aborrecido e revoltante quando os autores são demasiado flexíveis e abertos na mensagem.
Posso mesmo começar por aqui e começar já por afirmar que não compreendo o interesse de obras que não pretendem dizer nada. Estejamos quietos então! Alguns argumentam que os artistas não são obrigados a comunicar. Está mal visto... Não é uma questão de obrigação, é uma de necessidade. Há quem opte por não satisfazer a vontade (uma espécie de masoquismo ou de auto-mutilação que gera um sentimento de melancolia (estar feliz por estar triste)) que leva o autor a desculpar-se da inocuidade das suas construções. Não é uma característica exclusiva de artistas. Ela estende-se a designers.
Na Olha lá! encontrei um acrílico sobre tela onde figurava um mapa da europa onde não estava Portugal, outras repesentações do velho continente onde o país ia saindo da serigrafia, uma onde o território representado era 98% mar. Encontrei placas de k-line com impressões a cores de setas, ruas, mapas, marcas, e de outros signos que não geravam qualquer tipo compreensão. Vi quatro televisões similares com filmes des-sincronizados (representações de algodão) onde um tipo descrevia em francês os materiais utilizados para a execução da peça. Vi mais umas tantas K-lines com impressões a cores de caixas de reciclagem oriundas de uma sala de computadores da FBAUP. Descobri entre panos um rosto quieto de menina com farinha na cara justaposto ao mesmo exprimindo tiques faciais controlados, uma simetria entre uma vectorização das rugas originadas pela queda da farinha e um zoom digital (mais que plano de pormenor) das mesmas, mais uma animação feita com páginas de lista telefónica e uma representação de uma parede de zinco que distorcia a luz de tão quente. Também me cruzei com um suporte que dividia o espaço do campo de visão com quatro manipulações fotográficas.
Conheço todos os artistas, uns mais do que outros, e sobre a maior parte dos trabalhos sei mais do que a mera descrição. Abdico no entanto de prestar mais informações sobre as peças. Acredito que esse tipo de responsabilidade pertence ao autor e, portanto, não me sinto obrigado a cumprir a tarefa. Como é natural, a minha proximidade com alguns destes artistas levou-me a informá-los da minha intenção em escrever sobre aquilo, e como seria de esperar, logo fui alertado para o facto de que a crítica nunca deveria ser gratuita. Assim, sem qualquer maldade, caso pretendam uma reflexão conclusiva sobre o evento por favor contactem-me em joaodaconcorrencia no gmail ponto com e enviem um cheque no valor de 100 euros para a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Considerem o acto um de mecenato e fé na arte.
Caso pretendam uma reflexão aprofundada sobre a apresentação da segunda parte da mostra de trabalhos de alunos de 5º ano de Design de Comunicação no cinema Passos Manuel, podem pedi-la no mesmo enderenço electrónico e enviar um cheque no valor de 100 euros para a mesma instituição.
A crítica será anexada em formato rtf, num e-mail. Garantam que a Faculdade saberá a quem se dirigir aquando da recepção do cheque para que eu possa prestar o serviço a que me proponho. O meu número de aluno é 991203047.
4 Comments:
O dingbat é....um caracter de uma fonte, já não me lembro do nome, deve de ser uma wingding, continuem!
Mmmmmm... Dois comentários e zero mails... Muito desinteressante? Ou muito desinteressados?
Não se aborreçam a responder que já eu já estou a tratar disso...
Hasta.
Cortem o primeiro já...
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