segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Bootleg: Nuno Ramalho + oops! Pedro Valdez Cardoso

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nos tempos que correm tentar ser original é quase passar a si mesmo um atestado de ingenuidade. A originalidade nas artes plásticas é mais um dos mitos modernistas que até provoca calafrios a quem leva a vida de criador... esta impossibilidade pode ser boa ou pode ser má, pois tanto pode poupar trabalho como desmotivar um gajo até ao suicídio. Enfim,o melhor é tentar sempre fazer boas remisturas que assim ninguem nos cai em cima com comentários tão comuns como: "ah... isso já o Zé Augusto fez trinta anos anos antes de ti!"; ao que dá vontade de responder: "ah... esse comentário já o Quim Jorge, o Tó Cardoso e a familia toda do Manel do Talho tinham feito antes de ti!"
Pronto!!Mas às vezes não é preciso bater mais no ceguinho e as remisturas não acrescentam nada, tendo muitas vezes o efeito contrário ao destruir (por vezes é esse o objectivo e funciona bem)ou banalizar a referência.
Não querendo desdenhar do trabalho do meu amigo Nuno Ramalho que também andou por estas coisas dos dinheiros (a peça do retrato das moedas está bem sacada pró contexto do prémio EDP mas o resto...pronto... não gosto tanto), o único trabalho do género que realmente gosto e aconselho ao pequeno almoço são as moedas de 0 cêntimos e as notas de 0 dólares que o brazileiro Cildo Meireles (1948) pôs em circulação em 1978. Isso acho porreiro e saudável, faz sorrir... :) e nem vale a pena falar muito sobre ele. É bom!
Recentemente na feira de arte contemporânea Arco (Madrd) fartei-me de ver peças com dinheiro e outras a dizer mal do pessoal rico (uma tela a dizer: "estou-me a cagar prás elites" por exemplo), esta gente tem de ter calma! Cuspir no prato desta maneira é lamentável, é que até pra cuspir no prato é preciso ter algum charme...
Não queria deixar de falar na performance da Rita Tavares também na Arco que esteve relacionada com esta problemática do dinheiro no mundo das artes mas ganhou pela atitude leve de toda a situação! Envergando um fatinho de empregada de cocktail a Rita andou feliz e sorridente pela feira a distribuir notas comestíveis aos galeristas, aos coleccionadores e a toda gente que encontrava pela frente!! A sinceridade da aproximação foi a mais-valia deste happening, pois conseguiu-se respirar um clima em que todos os que aceitavam as notas, as comiam, ou apenas os que assistiam esboçavam um sorriso como quem diz: "somos assim e não há nada fazer!! Gostamos tanto disto e é tão bom!"
PARABÉNS à Rita (principalmente por ter feito isto de modo completamente independente e descontraído, o que resolve logo à partida aquela cois de cuspir no prato!! se o fez foi com charme) e já agora a todos os que fazem anos hoje!!

2:22 da manhã  
Blogger Jorge Naper said...

Parabéns Marçal.

6:02 da tarde  

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