quinta-feira, outubro 28, 2004

Filosofia de bolso ou a Verdade de La Palisse?

Alguns chamam-lhe "postart", outros teimam em continuar a falar de pós-modernismo, os mais fiéis ficam-se por arte contemporânea, enquanto outros situam-nos no relativismo total.
A História como ciência humana aprendeu a distanciar-se do momento presente analisando e comentando a jeito de "press-release" os eventos pelo menos 20 anos depois de eles terem acontecido. Enquanto isso acontece e não acontece, os críticos de arte portugueses não perdem tempo e lançam mão à obra nos jornais de domingo, também em jeito de comunicado de imprensa.
Já os críticos estrangeiros redobram esforços para tentar compreender em que paradigma nos encontramos. A labuta destes últimos cai nas boas graças dos artistas portugueses que se apoiam nos neologismos criados pelos novo-filósofos para poderem continuar a mandar piadas uns aos outros nas conferências.
Se se tentar reduzir o sistema das artes ao essencial restam três factores: o artista, a peça, e o comprador. Não tenho a menor dúvida que destes três agentes, o mais importante é aquele que literalmente decide a validade e valor dos outros dois, ou seja, o comprador/espectador. Ele pode mesmo ditar sobre a existência do artista enquanto isso, e da obra de arte enquanto arte. Por outras palavras, se o comprador preferir, e achar que lhe daria mais "status", comprar um seixo da zona do Pinhal moldado pelo rio Zêzere, o artista morria de fome e consequentemente peça de arte não cumpria a sua função social.

Mudando de assunto: estou constipado e preciso de me ir assoar.
Talvez continue depois.

6 Comments:

Blogger joao said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

6:18 da tarde  
Blogger joao said...

Exm.º Sr. Alves,
cabe-me a mim lançar-lhe o convite para escrever "posts" neste espaço. Se estiver interessado em partilhar mais detalhes desse seu olhar esclarecido e (discordando de Roxane) muito pertinente, faça o favor de me dar o seu e-mail para que possa enviar-lhe um convite.
Certamente nunca trocou mais de 5 minutos de conversa comigo para me lisonjear com aqueles insultos. Faço questão de lhe retribuir toda a sua gentileza: epistemológico é o senhor. E já agora permita-me discordar mas o Melo e o Hegel não são os únicos a falar sobre o seu mundo. E até o segundo não deixou nunca de acreditar numa visão do universo dirigida por uma qualquer metafísica regrada.
Se bem me lembro, ele mesmo anunciou pela primeira vez uma "morte da arte", e no meu lhe fez uma campa muito, muito, muito grande. Tão grande que nem sabemos onde por as flores.

"...a premência da criação é, quer se queira que não, o imperativo da comunicação.", quererá o senhor dizer com isto que o artista tem de comunicar e é por isso desata a comer cubos de banha de porco ou mesmo a dormir com a televisão ligada. Esse estigma do artista incompreendido não me diz absolutamente nada.

E mais uma coisa, deixe de falar em pós-modernismo que só lhe fica mal, a não ser que tenha mais de 40 anos.

Com os melhores cumprimentos.

6:24 da tarde  
Blogger joao said...

Errata

Na linha 5 onde se lê "para que possa enviar-lhe um convite." leia-se: para que lhe possa enviar um convite."
Na linha 8 onde se lê "epistemológico é o senhor." entenda-se: epistemológico é o senhor!
Na linha 13 onde se lê:, "e no meu lhe fez uma campa" leia-se: e no meu entender lhe fez uma campa

Prontos. Já está.

2:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

As coisas têm andado tão mornas e desinteressantes por este FBAUP que eu fui hesitando uma e outra vez na resposta aos posts (quase todos do JC) que vão aparecendo.

Desta vez não resisti e aqui vai um breve comentário.

Caro João, eu sei que um blog é qualquer coisa parecida com uma conversa de café, mas mesmo assim há disparates que não se devem dizer a não ser a coberto do anonimato ;-) Toda esta conversa da treta sobre a arte, o artista e mercado, sobre esse sistema da arte de que os sociólogos tanto gostam, parece esquecer que a arte (felizmente) é muito mais do que isso. A arte existe APESAR dos melos e dos bourdieus. E depois, meu caro, o discurso do cá dentro e do lá fora (nós somos o que somos e os outros são sempre muito bons) sjá deu o que tinha a dar. Hoje a informação circula de igual modo "cá dentro" e no paraíso exterior. A única particularidade é a existência de circuitos de legitimação especificamente internos e com várias debilidades. De resto, as coisas são tão más ou tão boas cá dentro como lá fora.

E como as coisas pioraram depois do uso do lenço já nem me dou ao trabalho de continuar o comentário.


Já agora, o post seguinte, sobre a ética e a moral do designer é hilariante porque revela a pobreza e o esquematismo mental de 90% dos designers e candidatos a designers que tenho vindo a conhecer ao longo destes últimos anos...

Anna K.

11:58 da tarde  
Blogger joao said...

Anna K., aqui vai uma coisa que me mostrou o caminho da verdade.

Check this out:

Ma trezesc cu tine-n-gind
Despre tine vreau sa cant
Melodia mea de dor
Care place tuturor.

Nu raspunzi la SMS
Eu iti scriu atat de des
Poate m-am purtat urat
Dar sa stii ca
te-am iubit!

Refrain:

Ma inec in ochii tai
LA LU LA LA LEI
Plinge lumea dupa ei
LA LU LA LA LEI
Esti un inger pe pamint
Despre tine cint
Si zi si noapte
LA LA LEI(2x)

Daca mergi cu mine-n-vis
Am sa te invat sa rizi
Si-am sa-ti cint pina in zori
Cintecelul meu de dor.

Nu raspunzi la SMS
Eu iti scriu atit de des
Poate m-am purtat urit
Dar sa stii ca te-am iubit!

Refrain:

Ma inec in ochii tai
LA LU LA LA LEI
Plinge lumea dupa ei
LA LU LA LA LEI
Esti un inger pe pamint
Despre tine cint
Si zi si noapte
LA LA LEI (4x).

Com os melhores cumprimentos.

12:16 da tarde  
Blogger joao said...

Ok!
Então porque não passares mesmo a escrever posts?
Parece-me que devias "combater" a minha monopolização deste espaço.
Dá-me o teu e-mail quando me vires.

2:38 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home