quinta-feira, outubro 28, 2004

De volta ainda com o pingo no nariz e com o latim mais gasto do que o seixo do Pinhal.

Já tenho aqui um pedaços de papel da casa de banho. Vou ver se aguento mais algum tempito do que no meu anterior "post".
Recapitulando e continuando:
"(o comprador/espectador) ...pode mesmo ditar sobre a existência do artista enquanto isso, e da obra de arte enquanto arte. Por outras palavras, se o comprador preferir, e achar que lhe daria mais "status", comprar um seixo da zona do Pinhal moldado pelo rio Zêzere, o artista morria de fome e consequentemente peça de arte não cumpria a sua função social."

Por outras palavras (tentando não cometer nenhuma falácia e prometendo a ausência de sufismos):
Como todos os outros conceitos e ciclos, como todas as outras sistematizações, ideias, imagens, palavras, narrativas, a arte não passa de uma construção mental humana. Se algum parvo achar que tudo é arte, essa ideia passa a existir. Citando as sábias palavras de Paradocsiére de la Palisse: "Não sabemos da existência de tudo, mas sabemos que tudo existe."
Voltando agora à realidade social, acredito piamente que há duas formas de ser respeitado por ser artista. A primeira é por conhecimentos e por trabalho, leia-se, tendo muitos amigos críticos, comissários, donos de museus, galeristas, jornalistas, fotógrafos e ao mesmo tempo ir desenvolvendo trabalho que seja validado por eles. A segunda é tendo algum dinheiro para fazer coisas bizarras, muito grandes, ou muito pequenas, internéticas, ou cirúrgicas aliando-se de algum modo à tonteria ou à ciência (está de volta a velha máxima: "ars sine scientia nihil").