O Primeiro Blog de Todos os Tempos!

Antigo FBAUP, FBAUP404

quinta-feira, junho 30, 2005

Olha lá! (Diz o pedante antes de adormecer; )

Demorou uma semana até ouvir a primeira opinião sobre a exposição Olha lá! Aqui anunciada uns posts antes, foi para mim uma sequência natural dos eventos paridos aqui (FBAUP). "São vítimas de uma designificação do mundo" alguém disse com inseguro desânimo. "Baby it's OK!" e "Don't stop." disseram outros noutros contextos.

Em vez de nos esforçarmos por encotrar as dificuldades, vamos investindo na busca das facilidades...
Os nossos professores sabem as deles, nós descobrimos e usamos a novas.

Continua...

terça-feira, junho 28, 2005

Comum especificidade do objecto artístico facilmente contradita.

A discussão já tem algum tempo mas não faz mal.

Autenticidade: entenda-se como a caracaterística da obra que a supõe como única. Na era da reprodutibilidade técnica o produto em série é vezes sem conta a matéria prima do objecto artístico.
Segundo, Benjamin, o objecto de culto perde na sua representação, o aqui e o agora que lhe conferem a aura necessária à sua categorização (menos na pintura que não se define como representação mas como o invólucro). Para ele qualquer cópia não transporta o valor de culto que a obra de arte possuiu desde o início. Suportada em valores fortemente antropocentristas, a tese de Walter Benjamin, supõe que não existindo uma presença humana, não há Arte. Eu vou mais longe e afirmo mesmo que não existindo quem disfrute do aqui e do agora e não havendo quem saiba que o verbo haver e o existir são palavras humanas, não existe nada.

Se o estatuto da obra de arte se encontra assegurado nesta premissa, eu vou ali e já volto.
Não é só a obra de arte que necessita de uma presença humana que lhe assegure algum tipo de valor. Também o pinhal do meu avô se encontra na mesma situação.
Assim, para Benjamin, a aura dos ramos das giestas que florescem na zona do Orvalho (Cambas/Castelo Branco), quando interpretada por um talentoso escultor torna-se arte, mas quando fotografada e distribuída perde a possibilidade de ser adorada. Perde o valor de culto e ganha um expositivo. Esse sentido mais democrático impede que a adoração de que uma pintura possa ser alvo, não aconteça num objecto reprodutível pela máquina. A não ser que a imagem seja a de um rosto. O filósofo encontra na representação face humana a última trincheira onde o culto se pode realizar. Numa série de parágrafos articula ideias como saudade, iconoclastia, crime e Paris e legendagem, numa tentativa de explicar que os modos de representação menos nobres questionavam os modelos de acção da arte na altura. Em 1955, ainda a arte estava a dar os primeiros passinhos no terreno do design. Como menina bem comportada cresceu, a mais de 25 frames por segundo, e hoje não se vislumbram as suas extremidades.
O que escapou a Benjamin foram as "estratégias Obey the Giant" (que reproduzem inúmeras vezes a mesma imagem até estar tão divulgada e exposta que adquire um valor de culto, ±). Também lhe escapou o panorâma actual do circuito de consumo e produção. O excesso, faz-nos regressar aos tempos em que o acesso aos bens era restrito porque os meios de comunicação e produção para massas não estavam suficientemente desenvolvidos.
Agora não estamos limitados pela falta de possibilidades de fixação dos momentos, mas estamos congestionados num exagero de gravações. Apenas temos tempo para meia dúzia de cultos e uma música ouve-se uma vez na vida no Táxi a caminho do hospital, enquanto o primeiro filho nasce.
A minha avó Isaura não tem uma pintura do seu primeiro beijo, mas tem uma do Luís Filipe Figo na sala. Para ela sou eu que lá estou representado.
Em suma:
De um recorte do Record pode ser pintada uma tela a óleo e, daí, sempre aparece outra imagem na cabeça de alguém.

Só é arte o que é original.
Tudo o que é original é novo e singular,
Tudo é novo e singular (nada se repete no mesmo local e ao mesmo tempo)
Logo tudo é Arte.

segunda-feira, junho 27, 2005

Digital Music and Commerce (first edition)

A video documentary by João Marrucho.

You can get the video (CDr 20 min., 400x300, Motion-jpeg 2, 44,100 khz, stereo), by sending an e-mail, to joaodaconcorrencia at gmail dot com. Idetify yourself, correctly: (name, adress...). Feel free to copy, quote, translate and spread the information contained on this documentary.
Legendado em português, a partir de Janeiro de 2006, espero.



The most recent events in music industry and all other cultural content production, editing, and distribution have tended to use legal means trying to control the way information and ideas spread. In 1998 the Digital Millennium Copyright Act (DMCA) was written in the United States of America in order to up-date the existing regulation for this mechanisms.
The spread of personal computers has allowed to the common user to intervene directly on this processes. The effort to maintain an equilibrated market (that ruled over the last century) has turned illegal what was before a civil right. Now, instead of the fair registration obligation created during the industrial revolution users are also forbidden from changing the product as if they were the cemetery for the information. What's happening?


The Big Idea or The Big Deal?

Toshiba_2510

In the 1970's decade, photocopiers spread, and alerted the book industry to a problem they didn't have to face before. People could possess the information contained on their books, magazines and newspapers writing, editing, design and distribution. This new sense that the idea duplication was now in other hands, that not the ones from the publisher, originated a conservative copyrights movement that didn't stopped until now.
Sony Betamax case, in 1984, was an important judicial moment that made video reproduction a common practice. In that situation, Universal City Studios sued Sony for creating a recording object that had more illegal uses than legal purposes. Sony's lawyers, supported their argumentation turning the responsibilities to the Sony user. Although Universal City Studios had documents proofing the opposite, the court ruled in favor of Sony.
Like guns are sold, so can video recorders and blank video tapes be.

betamax


The DMCA

The Digital Millennium Copyright Act is a USA treaty that turns into criminal act "to distribute, import for distribution, broadcast or communicate to the public, without authority, works or copies of works knowing that electronic rights management information has been removed or altered without authority". It also holds responsible for such, the Internet Service Providers and software providers that can access the user information. And now, they all can. USA Congress has given copyright holders expanded powers similar to those granted to government officials under the USA PATRIOT Act. This means that whether or not you use peer-to-peer file-sharing programs, the recording industry (or anyone who claims to be a rights-holder) can easily gain access to your personal information, without a judge's oversight.

Despite this intents, DMCA castrates a giant amount of scientific researches on mathematics, software, and many other multi-media areas. By banning all acts of circumvention, and all technologies and tools that can be used for circumvention, section 1201 grants to copyright owners the power to unilaterally eliminate the public’s fair use rights. Already, the music industry has begun to deploy "copy-protected CDs" that promise to reduce consumers’ ability to make legitimate, personal copies of music they have purchased.


This kind of protective measures are taking place at the same rate that the worldwide web users work in the opposite way. Open source software, freeware, peer2peer, weblogs, and many other private sites are working hard, and maybe faster, to keep creativity out of this chains.
Opsound, for example, is an experimental record label and open sound pool organized through the opsound.org website. Opsound explores the possibilities of developing a gift economy among musicians, borrowing from the model of the open source software community. Most younger musicians would think that there is no way for making a living out this. The big music companies are, in fact, living a selling crisis. But there is a way to outcome all the small difficulties that made them so conservative. Take Universal City Studios, that stood against Sony blank video tapes, as an example. Universal City Studios increased its business volume from 5 million dollars to approximately 18 million dollars by selling the same technology they sued 20 years before. We can make an analogue analysis for the recent developments. Electronic Frontier Foundation has provided a list of ways to make business without neglecting the fair use of copyrighted material:
I'll pass it along:

Voluntary Collective Licensing
It sounds obvious: major labels could get together and offer fair, non-discriminatory license terms for their music. This is called "voluntary collective licensing," and it has been keeping radio legal and getting songwriters paid for 70 years. It protects stations from lawsuits while collecting payment for the songs they play. (...)
Individual Compulsory Licenses
If artists, songwriters, and copyright holders were required to permit online copying in return for government-specified fees, companies could compete to painlessly collect these fees, do the accounting, and remit them to the artists. The payment to each artist need not directly reflect what each consumer pays, as long as the total across all artists and all consumers balances. (...)
Ad Revenue Sharing
Sites like the Internet Underground Music Archive, EMusic.com, Soundclick, and Artistdirect.com provide an online space for fans to listen to music streams, download files, and interact with artists. In the meantime, these fans are viewing advertisements on the site, and the revenues are split between the site and the copyright holders.
P2P Subscriptions
P2P software vendors could start charging for their service. Music lovers could pay a flat fee for the software or pay per downloaded song. The funds could be directed to artists and copyright holders through licensing agreements with studios and labels or through a compulsory license. In 2001, Napster was considering such a subscription service. Recent attempts at a subscription service (such as Apple's iTunes Music Store) show that consumers are willing to pay for downloaded music.
Digital Patronage and Online Tipping
Direct contribution from music lovers is a very old form of artist compensation. As content has moved to digital form, so has the form of payment. With an online tip jar such as the Amazon Honor System, artists can ask for donations directly from their websites, in amounts as small as one dollar or one euro.
Patronage sites such as MusicLink have also emerged, which allow consumers to seek out the musicians and songwriters they'd like to support. Either way, consumers are given an easy, secure method to give directly to the artists they admire.
Microrefunds
Brad Templeton introduced the interesting idea of making "opt-out" the default for paying for copyrighted works. The system, called "microrefunds," would collect small fees for each copyrighted work accessed and total them into a monthly bill.
Charges that seemed too high or were for songs the consumer did not enjoy could be revoked.
Bandwidth Levies
Several people have nominated ISPs as collection points for P2P. Every Internet user gets web access from an ISP, and most have a regular financial relationship with one as well. In exchange for protection from lawsuits, ISPs could sell "licensed" accounts (at an extra charge) to P2P users. Alternatively they could charge everyone a smaller fee and give their costumers blanket protection.
Media Tariffs
Another place to generate revenue is on the media that people use to store music, also known as a "media tariff." Canada and Germany tax all recordable CDs and then distribute the funds to artists. In the U.S., they have royalty-paid recordable CDs and data CDs. It's difficult to pay artists accurately with this system alone, but other data (statistics from P2P nets, for instance) could be used to make the disbursement of funds more fair.
Concerts
Tried and true, concerts are a huge source of revenue for musicians. Some, like the Grateful Dead and Phish, have built careers around touring while encouraging fans to tape and trade their music. P2P dovetails into this model nicely, providing a distribution and promotion system for bands who choose to make money on the road.

Previous experiences have shown that there is the possibility for taking cultural products into the market without depending from a bigger system capable of supporting the musicians, video artists, software makers and by that helping not to invalidate free speech. For instance, Blender is an open-source software for modelling and rendering three-dimensional graphics and animations. Originally, the program was developed as an in-house application by the Dutch animation studio NeoGeo. The program was initially distributed as proprietary software available at no cost (freeware) until NaN went bankrupt in 2002. On July 18, 2002, a Blender funding campaign was started by Ton Roosendaal (creator of this program) in order to collect donations and on September 7, 2002 it was announced that enough funds had been collected and that the Blender source code would be released in October. Blender is now an actively developed open source program by the Blender Foundation.

As you can see there are many options available in the digital world to make sure that artists receive fair compensation for their creativity."

Copyright legislation was created to protect and insure cultural evolution and yet, it is turning against its original purposes. Some, as the anti-copyright movement, refuse to debate more than the nature of ideas. The classic argument for intellectual property is that protection of author and creator's rights encourages further creative work by giving the creator a source of income.

Those against copyrights suggest that intellectual property does not behave like material property.
If someone gives you a physical object he may no longer have use or control of that thing, and may ask some payment in return. But when you give you an idea, you lose nothing. You need nothing in return.

In fact, the copyright law can be perverted to a ridiculous point. Some strange things happened due to this legal obligations:
"The Eiffel Tower's likeness had long since been part of the public domain, when in 2003, it was abruptly repossessed by the city of Paris. SNTE, the company charged with maintaining the tower, adorned it with a distinctive lighting display, copyrighted the design, and in one feel swoop, reclaimed the nighttime image and likeness of the most popular monument on earth. In short: they changed the actual likeness of the tower, and then copyrighted it." Even more frightening, on July 6, 2001 Ph.D. student after giving a presentation called "eBook's Security — Theory and Practice", was arrested by the FBI as he was about to return to Moscow and charged with distributing a product designed to circumvent copyright protection measures, under the terms of the Digital Millennium Copyright Act.

Another curious case is the one from Negativland:

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Negativland is an experimental music and sound collage band which originated in the San Francisco Bay Area in the late 1970s.
In 1991, Negativland released a single with the title "U2" displayed in very large type on the front of the packaging.
The songs within were parodies of the group U2's well-known song, "I Still Haven't Found What I'm Looking For", and included extensive sampling of the original song. The song "The Letter U and the Numeral 2" features a musical backing to an extended profane rant from the well-known disc jockey Casey Kasem:

U2's label Island Records sued Negativland claiming that the "U2" violated trademark protection, and the song itself violated copyright protection. Island Records also contended that the single was an attempt to deliberately confuse U2 fans, then awaiting Achtung Baby.

Funds exhausted, Negativland settled out of court. Most copies of the single were recalled and destroyed. By the mid-1990s, rap had made authorized sampling more common in mainstream music, but the single "U2", for which Negativland did not obtain clearance to use U2 samples, is still illegal to sell in the United States, but is available for free download from Negativland's official web site.

U2 band members were not concerned with this subject and when contacted by Negativland, they even assumed not to know anything about the suing in process.

Public opinion counts, and what's happening in America will probably not happen in the rest of the world.
Japan is a one in a million case. Knowing from its huge consume fever and market possibilities, big electronic enterprises like Apple or Microsoft are now selling MP3 at $4 per song. In USA and Europe the selling price is rarely above $1 or €1. This does not constitute a big surprise when we know that one in each three japanese consumers buys an average of 10.000 original CDs every year. Japanese young people even admit that downloading isn't a common practice. Most of them doesn't get from the web more than mobile ring tones.

Digital Music is now in the center off all this subjects and we may even consider its producers and distributors as the principal responsible entities for the new commercial forms for this business. Nowadays, editing contents has a new democratic meaning. Music in digital formats is in some cases being treated like on-line real-time updated information. Generative works are getting more and more common and lots of web-based platforms, like Opsound and Discogs, are following the Wikipedia models. Copy-editing is the new job that competes the new cultural contents providers to perform. DeeJaying, bootlegging and remixing are now the words for copy-editing in the music scene, and it's mission is as important, and maybe more pertinent, than the actual excess of original producers.

Public domain

quinta-feira, junho 23, 2005

MÚSICA DE MARTELINHOS!

Quinta, o S. João faz-se na rua e evita-se onde há música de dança sul-africana, pela noite dentro...
Sexta, a ressaca da música de dança sul-africana passa-se em casa e cura-se onde há música de dança portuguesa.

PORTABLE E TRA$H CONVERTERS
Quinta-feira (S. João), 23 de Junho de 2005
portable
"Alan Abrahams, the man behind Portable, emerged out of the ruins of a post apartheid South Africa. Growing up in an impoverished Cape Town township, tagged “Beverly Hills” by the locals, Abrahams was always immersed in his sisters ritual of getting ready for a night out to a soundtrack of 80’s soul, hi life and hip hop. Inspired by the first batch of Chicago house records, the foundations were laid for his future in music."

Passos Manuel.
Entrada livre, sem consumo obrigatório.

VEC, MÚSICA DIGITAL E COMÉRICO E +1
Sexta-feira, 24 de Junho de 2005
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VEC é a sigla que denomina o grupo musical constituído por Albino José Tavares e João Marco Marrucho que se tem dedicado à produção de trechos dançáveis. "Hi! Love to dance." é um deles, e dá título ao EP que inicia as suas apresentações públicas.
Ambos, Albino e João, dirigem, juntamente com Duarte Amorim, o projecto editorial Ástato, que se responsabiliza por mapear os "objectos" sonoros que merecem a sua maior atenção.

Passos Manuel.
Entrada livre, sem consumo obrigatório.

terça-feira, junho 21, 2005

O medo a passar os tempos livres nos blogues...

Blogue iniciado por alguém racista.

Será que foi uma pessoa branca ou uma pessoa preta?
Descubra as diferenças, se conseguir...

Olha lá!

Diana Rio, Dinis Santos, Francisco Roldão, Helena Lopes, Mariana Caló e Mónica Baptista vão mostrar publicamente o que andam a fazer na Avenida Rodrigues de Freitas, na próxima quarta-feira. Será servido um Porto de Honra.


Exposição Malta da Rodrigues

segunda-feira, junho 20, 2005

VEC | Hi! Love 2 Dance.

2005 anos, 6 meses e 24 dias depois do nascimento de Jesus Cristo ou seja, quatro meses depois do primeiro lançamento da Ástato, eis que chega o esperado (At)2.

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VEC é a abreviatura que denomina os Volante Euro Continental. É um grupo constituído por Albino José Tavares e João Marco Marrucho. Estes dois jovens têm investido tempo e emoção na produção de temas especialmente concebidos para a pista de dança e vão lançar agora um dos que mais sucesso tem tido nas suas intervenções públicas. O (At)2 é o segundo Ep da editora de formato caseiro que surgiu para oferecer alternativas mais ou menos viáveis ao consumo compulsivo de música de dança estrangeira. Não é um acto xenófobo, é uma acção em Portugal. Nesta publicação além do original de VEC (Hi! Love 2 Dance.) o ouvinte poderá encontrar uma remistura de +1 e outra de Ana. São também disponibilizadas ao utilizador as amostras de som que permitiram a concretização do tema original. Qualquer remistura é benvinda e será atenciosamente recebida em astatocdr@gmail.com
Assim, sexta-feira, 24 de Junho de 2005, pelas 11 horas e 30 minutos, no Passos Manuel celebra-se o lançamento do (At)2, com a apresentação do documentário (Digital Music and Commerce) e um DJ Set de +1, dupla constituída por Albino José Tavares e Duarte Amorim.

CD à venda:
Dia de lançamento no Passos Manuel por €4
Depois, na Flur (Lisboa) e na Matéria Prima (Porto) por €5

Edição limitada a 100 exemplares, com imagem da autoria de Francisco Roldão no verso da capa.

sexta-feira, junho 17, 2005

Um Verde da Bandeira.

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""O seu olhar era oblíquo à passagem das raparigas / mas era um para o outro que sorriam." Estes versos foram escritos por Eugénio de Andrade, poeta que nos deixou mais pobres esta semana. Pobres porque ficamos privados do seu convívio (o homem foi a enterrar, os poemas, esses, ficam) e pobres também porque, num momento em que nos surgem notícias de casos graves de homofobia em Viseu, ele foi dos poucos poetas assumidamente homossexuais que na sua escrita enobreceram uma "orientação dos afectos", para usar as palavras de Mário Cláudio, que muitos no nosso país ainda pretendem apresentar como coisa sórdida. Fê-lo com a elegância que acima se constata e com uma grande lucidez. Poeta do corpo (e do espírito, acrescenta Agustina Bessa Luís, sua amiga) e do amor, nunca ele se referiu a este como um amor diferenciado, vergonhoso ou escondido. Podemos amar de maneiras diversas, mas o sentimento é o mesmo. É isso que não compreendem os preconceituosos e os que se orgulham da sua estupidez. Saibamos curvar-nos perante a memória de Eugénio e este ensinamento.
A propósito de preconceito, foi esta semana igualmente que ocorreu o arrastão na praia de Carcavelos de que tanto se tem falado. O infeliz acontecimento gerou uma onda de xenofobia pelo País que contraria a ideia que pudéssemos ter de que os últimos 30 anos tinham diluído o racismo entre nós. Mantinha-se, afinal, e foi-lhe dada ocasião para se exprimir - por alguma razão, aliás, os imigrantes africanos e seus filhos, já nascidos em Portugal, foram marginalizados e guetizados pela sociedade portuguesa e pelo próprio Estado. Podemos ser cada vez mais cosmopolitas, mas o preconceito relativamente à cor da pele mantém-se. Nenhum acto criminoso tem desculpa, é óbvio, e o que motivou os 500 jovens envolvidos a fazerem o que fizeram foi também o racismo. É preciso, no entanto, termos consciência de que os roubos e as agressões foram feitos por aqueles a quem ignoramos, recusamos trabalho ou empregamos apenas naquilo que não queremos fazer, colocamos em bairros degradados e obrigamos, na prática, a uma vida fora da lei e abaixo da dignidade humana. Os media fizeram o resto, com os exemplos dos gangs americanos e dos ataques nas areias de Copacabana. Como ouvimos alguém comentar, fomos nós os primeiros a invadir as praias natais deles. Acorrentámo-los e enfiámo-los em navios negreiros como escravos, submetêmo-los aos nossos desígnios colonialistas de expansão territorial e lançámos napalm sobre as suas aldeias. Esta foi a resposta."

E-mail enviado pela Anana, 17 de Junho de 2005

Bem haja sempre a quem distinga o trigo do joio.

quarta-feira, junho 15, 2005

A maravilhosa actividade da comunicação.

A palavra design durante o seu período de entranhamento no vocabulário popular, passou a ser utilizada para adjectivar positivamente um produto que se submeta aos cuidados da disciplina. O seu desenvolvimento paralelo e complementar ao das artes do século XX nem permitiu aos profissionais especializados na área encararem o seu trabalho com a seriedade dos estudos científicos, nem encontrar o conforto proporcionado pelas legtimações elitistas. Não faltaram tentativas para teorizar de modo sério a actividade, mas muitas delas atingiram conclusões ridículas. A teoria da cor de Kandinsky, por exemplo, apoiou-se sempre em opiniões pessoais, e os manifestos colectivos e individuais foram perdendo validade e pertinência.

As grandes batalhas da arte dos anos 70 travaram-se na frente da desmaterialização da peça, enquanto a literatura e a engenharia inventiva já tinham dada como certa a importância da ideia, aquando da primeira legislação relativa aos direitos de autor nos finais de séc XVIII. Chegando ao séc. XXI, Design é um termo de uso massificado e o seu emprego funciona geralmente como garantia de produto de qualidade. Os teóricos do design deixaram de se preocupar com a imposição de restrições significativas à utilização da palavra, e talvez seja, esse, um dos avanços em relação à teoria da arte, que muitas vezes limitou a correcta aplicação do uso do signo a um número reduzido de practicantes. Invertendo o pensamento, Mário Moura ousa afirmar que "o design está para a arte assim como o pastor está para o rebanho", na medida em que a actividade previamente denomidada por arte comercial (a.k.a. design gráfico) encontra na arte (no convencional sentido do termo) um infidável número de recursos criativos. Não é uma questão de submissão nem de seguidismo. É antes um desporto como todos os outros onde quem tem mais jogadores pelo seu lado, marca mais golos.

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Nem todos os produtos são oriundos de um processo bem sucedido de trabalho de avaliação, detecção e resolução de um problema comunicacional mas o exercício de distinção entre a práctica correcta de uma disciplina e o mau uso da mesma actividade, nunca ficou totalmente resolvido. É nesse campo que a comunidade de designers incide recorrentemente com a mesma obcessão que os artistas plásticos modernistas tinham na primeira metade do século XX. A procura do novo e a ultrapassagem qualitativa ou quantitativa do modelo anterior, ainda hoje ajudam o espírito competitivo a criar novos códigos apoiados nos já existentes. Este estado só é possível porque na sua génese, o design, resolvia problemas de comunicação. A actividade que surgiu para remendar com criatividade os métodos de produção em série, foi relevante para enobrecer o meios de comunicação para massas. Com o passar dos anos, houve quem passasse a descrever o Design como um contentor apelativo mas vazio de significado, pro-consumista, sem quaiquer pretensões de democratização. Ou melhor, como uma actividade cujos propósitos seriam os de acentuar uma estratificação social em prol de detentores de maior poder económico e político, que financiam a própria actividade. Não sendo uma disciplina estanque, nem necessitando de ligitimação por parte de elites, o Design sempre conseguiu evitar a completa cedência aos interesses particulares. Ele ainda é importante como forma de comunicação colectiva e o seu alcance torna possível que a melhor e/ou a pior das mensagens circule livremente.

Almost 2 years ago!

Ronnie2

Ronnie e rich

Ano fixe de erasmus

Rich manuel

What is Public domain?

No restrictions apply to works in the public domain, where the creator has given up ownership of and all rights to the work. They may be freely modified, and the creator of the derivative work may license any new portions of the derivative work, but not the public domain portion, under any terms, or none. The resulting derivative work may not be available to the creators of the original or may compete with them. So, a public domain work is by definition not subject to full copyleft.

quinta-feira, junho 09, 2005

CONSTITUIÇÃO EUROPEIA

New portugal flag
Não fica má de todo.

terça-feira, junho 07, 2005

Essa cena chamada blog - continuação

(resposta ao comentário do joão)
"O blog começou por ser pequeno, mas logo cresceu rapidamente, post a post, até ser aquilo que hoje é, um longo registo de pequenas recordações de duvidosa importância.
Foi isto que o seu dono pensou, e ponderou até apagá-lo, mas era um homem muito esquecido, e o blog tinha uma memória extraordinária."

Para este homem o weblog (web= rede; log=diário de bordo) na sua acepção mais simples, é um diário em formato electrónico onde ele coloca determinadas experiências vividas por ele.
O blog é muito mais que isso, e uma das caractirísticas que mais agrada a quem o utiliza é a interactividade, o leitor pode comentar tudo o que aqui é colocado e receber resposta.
O conceito de blog está em constante devir, cada pessoa utiliza o weblog das formas mais variadas, desde comentários a outros sites com hiperligações com os mesmos, a páginas noticiosas, mini-ensaios, BD´s, portfólio, etc.

Que género de blog é este? Ou melhor, que condições impões a quem aqui desbobina uma série de informações heterogéneas? Que objectivo maior desejas para o teu "menino"? Por outras palavras, tens algum tipo de manifesto escrito ou na tua cabeça?

Agora, coloco-te uma série de perguntas de algibeira, que estão subentendidas na questão anterior, mas que, sinto necessidade de as colocar... talvez para manipular o teu discurso, direcioná-lo.
Este blog chama-se FBAUP, porquê escolher este nome, para além do facto de ser o nome da instituição em que és discente?
Porque escolheste ter várias pessoas a escrever para o blog?
Que público desejas atingir?
Desejas num futuro próximo dar mais importância ao design do blog criando um template mais personalizado?
Será que, por causa da velocidade a que a informação é transmitida através deste blog (e doutros) se está a criar uma "escola" a duas velocidades, ou seja, quem frequenta este espaço digital Vs quem não o frequenta (ou nem sequer tem conhecimento da sua existência)?
Frequentas outros blogs estrangeiros ou portugueses?

segunda-feira, junho 06, 2005

"Uma nova bandeira"

Li ontem um artigo publicado na revista suplementar do jornal Público, Pública nº471, intitulado “Uma Nova Bandeira” que me levou a manifestar o meu desagrado perante os factos descritos.
O dito artigo começa assim: “ Somos porteiros e mulheres-a-dias em França, taxistas na Suiça, “bimbos” em Inglaterra, pedreiros no Brasil. Há quem pense ainda que em Portugal as mulheres vestem todas xaile negro e têm o rosto enfeitado com um escuro buço. A nossa fama no estrangeiro não muda desde a década de 60”, este parágrafo, a jeito de caricatura, resume todo o preconceito e complexo de inferioridade que em geral os portugueses parecem assumir. “Como mudar a imagem e posicionamento de Portugal?” Parece-me que uma óptima maneira de começar seria atacar o problema pela raiz e acabar de vez com as mentalidades mesquinhas que nos rotulam de atrasados e coitadinhos quando na realidade somos Filósofos e artistas conceituados em França, treinadores de futebol de topo na Inglaterra, arquitectos reconhecidos na Suiça, e hoteleiros de sucesso no Brasil.
“ A agência de publicidade portuguesa mais premiada em festivais de criatividade nacionais e internacionais, a BBDO, (…) Aproveitando a vontade politica para mudar a imagem do país no estrangeiro, lançou uma bomba atómica nos escritórios do Instituto Público: a sua proposta incluía a mudança do mais importante símbolo nacional – a centenária bandeira republicana verde e vermelha.” Pedro Badarra, vice-presidente da BBDO, defende que a fama de Portugal não é a melhor e que o seu posicionamento geográfico nos torna ainda “mais miseráveis”, daí a urgência da reformulação da imagem portuguesa que passa pelo apagar da história portuguesa e sobretudo das relações com os países do “sul” que com o seu “karma miserável” nos assombraram. Badarra sabe que a má fama portuguesa é uma caricatura “O problema é que a caricatura da Inglaterra ou de França não é nada disto”, contrapõe. Estará Badarra a esquecer-se da fama de hooligans bêbados que os ingleses carregam ou da snobes, arrogantes e xenófobos que caracteriza os franceses?
“Continuamos a pensar nesta ideia e decidimos ir mais longe, esticá-la até às últimas consequências, recorda o publicitário (…) lembramo-nos de fazer aquilo que as marcas fazem: mudar o logo. Ou seja, a bandeira.” Decidiram fazê-lo, não só porque Badarra não gosta da bnadeira mas porque a combinação de cores, cores do Partido Republicano, é incompetente, pouco contrastante e muito similar a algumas soluções cromáticas das bandeiras de nações Africanas, o que nos empurra ainda mais para o passado e o estigma de “miseráveis”. “A nossa bandeira devia ter mudado com o 25 de Abril”, neste ponto concordo totalmente com Badarra, devia ter mudado mas como não mudou não me parece legitimo e nada dignificante que se altere a bandeira portuguesa apenas por estratégias de marketing. A bandeira portuguesa é símbolo da nação e as suas cores, apesar de “incompetentes”, carregam simbolismos fortes e grandiosos, carregam a história e esperança de um povo.
“ Na proposta da BBDO, entregue ao ICEP, a nova bandeira mantém os principais elementos históricos - escudo e esfera armilitar -, mas acrescenta-lhe a cor azul, do mar que banha esta ocidental praia europeia”, ou melhor, do mar que rodeia esta ocidental ilha europeia. A proposta da BBDO, apesar de defendida sem modéstia por Pedro Badarra, parece-me irresponsável e presunçosa. O publicitário, assumindo o mito Sebastianista, subiu para o seu cavalo branco e, num dia de nevoeiro, tentou salvar a pátria!

Essa cena chamada blog

"Diz a lenda que o primeiro blog é a primeira página web escrita e publicada na internet por Tim Berners-Lee (o criador da HTML, linguagem que permite a navegação por hipertexto e que abriu a WWW). Berners-Lee actualizava e comentava diariamente na sua página (arquivada em http://www.w3.org/history/19921103-hypertext/www/news/9201.html) o conjunto de hiperligações a novas páginas que iam surgindo, dando à rede (web) o seu primeiro registo (log).
Tinhamos portanto nessa altura- falamos de 1992- três das caractirísticas que definem um blog: a autoria pessoal de um registo cronológico publicado numa página legível por qualquer pessoa ligada à net. Mas a semelhança da rudimentar página de Berners-Lee com o elaborado conceito pára aí."

"Em 1998, havia um punhado de páginas identificadas com o termo weblog, supostamente usado pela primeira vez em Dezembro de 1997 por Jorn Barger (http://rebeccablood.net/essays/weblog_history.html e outros autores). Data de 1999 o primeiro esboço de lista de weblogs conhecidos e provavelmente o mais antigo publicado sem interrupções, desde junho de 1997 (http://camworld.com/archives/1997/06/index.html). Barret ele próprio só ouviu o termo weblog mais de um ano depois de ter começado o seu, o que não deixa de ser elucidativo sobre as dificuldades de fazer a história do blog. Em Janeiro de 1999 elaborou o texto Anatomy of a weblog onde diz não ter a certeza sobre a autoria do termo. Mas remete para vários dos outros pioneiros, de que o melhor exemplo é Sripting news (www.scripting.com) de Dave Winner, que por sua vez escreveu The History of weblogs em http://newhome.weblogs.com/historyofweblogs."

"Com o aparecimento do Blogger, lançado em Agosto de 2001. Um da Blogosphere pelas mão da Pyra Labs (www.pyra.com), que se vai dar a explosão. O Blogger foi (e é) o maior denominador-comum do blogging: é simultaneamente servidor de alojamento de blogs e ferramenta editorial"

"Portugal teve de esperar por 2003 para se ouvir falar pela primeira vez em blogosfera.
Acontecimentos de de larga repercussão mediática vieram dar impulsos diversos à blogosfera, tanto á escala mundial como às escalas nacionais.":
O blog http://dear_raed.blogspot.com que documentou a guerra no Iraque.
O caso Pacheco Pereira com o seu blog www.abrupto.blogspot.com.

Este ano lectivo assistimos na nossa instituição ao fenómeno blog.
O quarto ano de Design (www.n0panic.blogspot.com) e o quinto ano (www.quintoanodesign.blogspot.com) já dispõe desta ferramenta que se tornou essencial, facilitando a circulação de informação. Os alunos sob a tutoria do professor Heitor tem o seu próprio blog (www.naolugar.blogspot.com). Outros blogs pessoais existem, como é o caso deste, gerido pelo João Marrucho, com vários intervenientes que regularmente (ou não) escrevem e publicam o que quiserem.
Estou a iniciar uma pesquisa sobre blogs e as suas repercussões na sociedade, ou pelo menos na comunidade da FBAUP. Gostaria de iniciar aqui uma espécie de debate ou reflexão sobre esta ferramenta que rapidamente se implementou e se tornou indispensável. Interessa-me a opinião pessoal de cada utilizador deste blog e de quem o visita.

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Sexta-feira, dia 24 de Junho de 2005, no Passos Manuel.

23.00H: Estreia do documentário: Digital Music and Commerce
23.30H: +1 DJ Set

sexta-feira, junho 03, 2005

A cultura de estado e/ou o estado dessas coisas.

Quando se passa uma vista de olhos pelo Orçamento de Estado para 2005 constata-se que a cultura lá continua a receber uns trocos. Devem partir de um princípio de livre acesso à mesma, ou não fossem as importâncias dadas à sociedade da informação duas vezes superiores às das contas dos nossos artistas subsídio-dependentes. Há no entanto algumas lógicas e um sentido pragmático que me obriga a achar isto tudo uma grande trapalhada. Criaram-se institutos estatais (o Português do Património Arquitectónico, o Português de Museus, o de Cinema Audiovisual Multimédia, a Cinemateca Portuguesa/Museu do Cinema que depois distribuem como bem entendem as dádivas do governo pelos projectos que mais lhes agradam. No Mapa OP-01 Ministério da Cultura, não se deslumbram apoios às artes de palco, nem às artes de rua... O Instituto das Artes também me deve ter escapado, ou então a eles. Caso tenha sido um corte propositado, têm todo o meu apoio. Mas falta coerência.

Sugestão:
 
Como evitar o desaparecimento das artes mais nobres?
Em vez de se financiarem 30 companhias de teatro, 100 museus, e 1000 outras casas de espectáculo porque não fazer uma selecção nacional de artistas, actores, comissários, encenadores e todos os outros empregados que giram à volta deste mundo (eleita em referendo, votada no parlamento, ou decidida via SMS...) para ocupar três ou quatro museus dedicados às velhas artes. Como os planetários, e os jardins zoológicos... não há um em cada cidade, pois não?

Para não gerar demasiada polémica, o estado podia transformar todos os edifícios que albergam associações culturais, em casas equipadas com redes Wi-Fi de livre acesso que faziam o que bem entendessem. Em vez de programadores culturais integrados em lobbies sofisticados, estariamos a empregar engenheiros de informática e técnicos especializados em artes do espectáculo. A web e a tal sociedade da informação tratariam de editar os conteúdos de forma orgânica. Este modelo podia ser aplicado às actuais Associações Culturais de aldeias e vilas que gastam o dinheiro em novos jogos de damas, mesas de snooker e bons baralhos de cartas e podia mesmo transformar por completo os teatros, casas da música e centros culturais. De momento são as bibliotecas que mais se aproximam deste modo de organização. A diferença é que elas são financiadas pelas autarquias, e o que se pretende é garantir o máximo autonomia aos Cyber-centros do Povo.

O programa Medici
O Programa Medici seria uma conjunto de acções desenvolvidas a partir dos novos centros culturais de modo a angariar fundos a partir de publicidade nos próprios espaços físicos e virtuais. Uma espécie de mecenato privado que poderia ajudar o presidente da associação, ou outro bem intencionado, a comprar leitores/gravadores de DVD novos. Aproxima-se a largos passos a Casa da Música com instalações interactivas e lasers Smirnoff Ice, ou o Rivoli com Sony E-papers. Eles já não estão assim tão longe desse tipo de apresentação pública do espaço.

Como subsistiriam os artistas emergentes que nem sequer estariam na Selecção B?
Consultoria, MacDonalds, galerias privadas, arrumar carros, pilotar aviões, engenharias electrónicas, matemáticas, dentistas, empresários, design... tudo menos apoios estatais. A parte fixe, é que a maior parte desses artistas, nem sequer chegaria ao mercado da arte, pois este processo necessitaria paralelamente de um corte de vagas no ensino artístico estatal na ordem dos 40, 50 ou mesmo 60%. Convenhamos, que a produção excessiva de artistas não ajuda à retoma económica.
"Ah! issé por causa da função pública que num faz um nada e estou 3 horas nas filas da loja do cidadãopa ter umamérda duma certidão de nascimento para provar ao banco que nasci!" Quem não faz nada de útil é preterido naturalmente pelas "regras do capitalismo" e não nos precisamos de preocupar com isso. Muito menos com os que ficam de fora.

Podemos sempre achar isto tudo uma trapalhada ainda maior e pensar que se calhar o melhor é mesmo continuar tudo igual.
Ou se calhar, melhor (terceiro plano), porque não demolir todos os edifícios que prestam serviços culturais financiados e, com os destroços, construir uma grande muralha nas zonas fronteiriças, aproveitando os monitores dos palcos, as cadeiras das bancadas dos estádios, as esculturas do Chafes, as mais pesadas do Cabrita, e os aviões da Defesa, para declaramos guerra a Espanha "bombardeando" o Reiña Sofia com os pianos de cauda.