O Primeiro Blog de Todos os Tempos!

Antigo FBAUP, FBAUP404

quarta-feira, julho 27, 2005

O Grande Público.

"-O Grande Público é burro, mas pensa que não. Isso é uma vantagem. O Grande Público é carneiro e tem de ser educado. Ninguém sabe falar inglês... ensinemos então. Melhor... o Latim está morto... porque é que não inventamos uma palavra que se pareça com Latim e Inglês ao mesmo tempo ? Porque não: Nutrilium!
-Nutrilium?"

Pantene

Excerto de um conversa ficcionada entre os gestores de uma grande empresa de champôs e os seus directores de Marketing.

L-CASEI

Tudo começou com o L-Casei Imunitass. Uma bactéria que não se encontra no nosso organismo mas que quando ingerida, ajuda no processo digestivo. Assim, com apenas 1 ou 2 Actimeis por dia, as pessoas passaram a comer mal sem grandes caganeiras.
Já o Nutrilium não tem a mesma eficácia. O Nutrilium não passa de um cocktail de coisas que existem em quase todos os produtos para o cabelo. Deram-lhe um nome que indicia uma coisa saudável (nutrição) e fizeram um reclame com uma moça a lavar o cabelo em proteínas e amino-ácidos.

Skinballs

Cada vez que vejo um anúnico de uma pasta dentífrica, um produto alimentar, um detergente para a loiça ou de qualquer outro bem essencial, levo logo com bolinhas que supostamente representam compostos moleculares. Detenho-me um pouco a analisar o gráfico e logo compreendo que não passa de uma caricatura. Uma espécie de ilustração grosseira que serve para fazer crer que o produto é sofisticado. Por vezes, os designers, até tem a lata de posicionar essa ilustração, na embalagem, ao lado da lista de ingredientes. Se fossem obrigados por lei a demonstrar que o mascar daquela pastilha depois das refeições reduz o ataque dos ácidos, talvez eu pudesse conceber que afinal aquelas grelhas com gradações de cor não são um atestado de ignorância.

Trident

São estes alguns novos tiques da sociedade de consumo. Estes e as músicas do coração para os jovens que gostam mais telemóveis do que da própria mãe.


Calgonit

Também os inglesismos foram entrando no vocabulário publicitário. Um processo longo mas que tem os seus frutos. Os gatos fedorentos tem um exercício sobre o assunto mas adaptado a um ambiente de escritório. Na publicidade, as vantagens de toda esta receptividade à cultura anglo-sáxonica também são visíveis. Se experiementarmos estar atentos ao linguajar da voz-off durante os conteúdos televisivos que passam antes dos intervalos, e ignorarmos todas as palavras que não são portuguesas não percebemos quase nada. Não admira que os nosso avós só gostem de telenovelas.
Novo ******* ***** **** com ********* ****. Aqui p'ra nós: Novo Calgonit Power Ball com Protector Action. And so on...
Complexo Amino-Pro-V Panténe, Bifidus, Vivactive, Xilitol, Et Cetera, Thank You and Good Bye Pessoal!

Vale tudo menos ganhar ou perder.

Em tempo de guerra, Portugal cá continua enterrado na crise sem capacidade para enviar tropas suficientes para ocuparem uma ou duas pocinhas de petróleo. E ainda bem. No entanto o português pensa no assunto e há até quem tenha a infelicidade de se ver obrigado a pensar em familiares que por lá andam. Eu não tenho niguém conhecido no Iraque, mas isso também me permite estar irritado. No EUA recrutam garotos de famílias pobres oferecem-lhes estudos e ordenado.
À parte das dificuldades económicas que possam pressionar um jovem a fazer a guerra (porque ela ainda (por pouco tempo) não se faz sem pessoas), existe também o factor estupidez-suficiente-para-empenhar-uma-arma-premir-o-gatilho-sabendo-que-o-pai-a-mãe-os-filhos-e-os-amigos-da-"baixa"-vão-sentir-muitas-saudades.
A imbecilidade não é característica exclusiva dos militares que estão no terreno. As mais altas patentes dos exércitos dão o exemplo. Assim como os políticos que em conferências aprovam por decreto uma guerra sabendo que nunca terão de montar o cavalo. É precisamente nesta casta que surgem as situações mais aberrantes. São sempre fruto de boas intenções, mas a guerra não se faz disso.

Apesar de não saber muito de história da liça, "diz que disse" que guerra ocidental tem um espírito nobre, a japonesa tem um je ne sais quoi de samurai, a africana tem um carácter mais banal e a muçulmana é de natureza cobarde. So they say...

Assim nós, ocidentais, decidimos criar regras para a guerra de modo a que nos entendamos todos quando nos prepararmos para cortar as cabeças do inimigo mau. Antes de mais: não valem minas. Depois, também não são permitidas armas nucleares por dá cá aquela palha... As armas químicas não são legais e à miníma suspeita, zás-trás! Basta as chamuças cheirarem a Sarin para destruímos a vossa civilização, diz o gajo d'Alfama. Cada vez que puserem uma bomba artesanal avisem com algum tempo de antecedência para malta desactivar o engenho. Ok? É como fazem os do IRA e da ETA. Custa assim tanto a perceber a nobreza? Os prisioneiros de guerra devem ser tratados com paninhos quentes e água benta. E se quiserem decapitar alguém que seja com a nossa guillotine, para não experrinchar muito tempo...
A lista continua como se o guerreiro contemporâneo fosse mais civilizado que o macaco.
Por isso se quiserem andar à bulha com a malta do ocidente, só podem usar paus afiados, fisgas, pistolas, espadas, canhões, catapultas, cocktails molotov... enfim, artilharia leve e pesada que não deixe marcas permanentes.

Alguém que nos diga que guerra é guerra. Alguém que nos faça compreender que ela nunca é inteligente, nobre ou qualquer outro adjectivo qualificativo, seja com minas ou com armas ultra-sónicas.


Vale sempre a pena relembrar.

A discussão evita:

O designer condescendente
Os clientes compreensivos

terça-feira, julho 26, 2005

Entre aspas




dedo mindinho

segunda-feira, julho 25, 2005

I'll Just keep on lovin' you baby!

Oh'yes, I'm the great pretender
Just laughing and gay like a clown
I seem to be what I'm not, you see
I'm wearing my heart like a crown
Pretending that you're....
Pretending that you're still around.

Poker Pets featuring Nate James, Lovin' you

domingo, julho 24, 2005

Enviem este e-mail a mais dez pessoas e a boa sorte surgirá nas vossa vidas.

Quando a persuasão se coaduna com a omissão propositada de dados, o utilizador é geralmente eganado. Até um especialista em comunicação pode cair nas partidas que os publicitários se divertem a pregar. A recompensa desses manhosos raramente se fica por uma inocente risota. Para eles, o logro substancia-se em subidas de carreira e aumentos de ordenado enquanto o consumidor encolhe os ombros e autorepreende-se por não ter lido as letrinhas pequeninas.
Estava a fazer zapping no sofá quando o meu irmão me perguntou se já tinha visto aquele anúncio. Voltei atrás e parei na RTP durante um spot da Portugal Telecom.
-Este? -perguntei.
-Sim...
-Não.
-Lê bem o que lá está escrito... -e sorriu.

Era um spot típico de uma empresa de telecomunicações, com pessoas giras e divertidas. Daqueles aos quais já ninguém liga. Até as margarinas e os azeites têm coisas parecidas.
Acabava com um ecrã preenchido por letras com a informação hierarquizada segundo os interesses do cliente da empresa de publicidade. Em baixo lia-se uma frase no tempo em que a imagem demorava a desaparecer. Como "optei" por ler as letras maiores "1 CÊNTIMO POR MINUTO!" não consegui acabar de ler as letrinhas pequeninas.
-O que é que lá estava escrito?
-"Promoção válida durante o horário económico a partir do primeiro minuto."
-Hmmm... É o habitual.

Aqui há três meses, sem paciência para me deslocar a um balcão, assinei a TVcabo numa banca de promoções na rua. Já tinha tentado antes quando vi as primeiras bancas que diziam "Grátis!"... Tinha agarrado descontraidamente num modem e seguido viagem, mas fui impedido pelo vendedor que me disse que eu tinha de pagar e assinar uns papéis. À segunda fui precavido. Conversei com os vendedores, li muito atentamente e preenchi a assinatura. Disseram-me que não pagava no primeiro mês. Eu fiquei contente porque até tinha a sorte de habitar numa "zona verde" e não tinha que pagar a instalação. Só precisava de pagar a activação e as prestações mensais sendo que no primeiro mês não pagava nada. E eu que pensava que era esperto paguei tudo junto na segunda mensalidade.

vodafone

Isto não é bom design nem boa publicidade, é traição.
Keep on reading the tiny phrases.

sábado, julho 23, 2005

Typeradio.org

Até domingo em stream.

Quando ouço falar em distribuição, marketing, entrevistas, indústria, apoio e feedback do público, penso em qualquer coisa de espectacular (futebol e TV por exemplo). Quando ontem fiz stream da Typeradio ouvi todas estas palavras em inglês.
Só fiquei mesmo consciente das diferenças entre Portugal e os EUA quando ouvi um "boss" da Internacional Typeface Coprporation a dizer que tinha contratado agora um italiano que começou a fazer grafitti e nem sabia o que era uma curva de Bezier muito menos desenhar com o rato no FontLab. "One can know when someone has a talent, and has passion. There are lots of great editors that have no passion, but Alessandro... I can see it in his eyes..."

Now they're talkin'!

terça-feira, julho 19, 2005

Intersecção geográfica de várias coordenadas



Assim de repente, o que me ocorre dizer após "Olha Lá! Crítica 2", é que gosto de conversar, que gosto de pôr na mesa as minhas questões e que não pretendo fazer deste espaço, lugar de ataque individual.Facto.

segunda-feira, julho 18, 2005

My pretension is not not to communicate


Olha lá!
Aqui vai a minha crítica, esta é de borla. As minhas questões são(não são só para ti joão,são para quem mexe e faz mexer este mundinho cão da arte), escreve-se para se ver escrito? é mais uma jogada? A jogada aqui é fazer crer que se é, para depois o ser? é isto comunicação ou pretende ser? As Opiniões entre os autores do "Olha lá!" e seus criticos advêm de ter havido discussão. Se não diz nada a muitos, diz muito a alguns, assim o há-de ser sempre. Do que eu desconfio é do consenso. Portugal para aqui, Portugal para ali, Portugal está, Portugal não está. Isto bem dissecadinho não diz nada! Fodass, tiraram a comunicação, ponham já Portugal no sítio...
A verdade é que o grupinho dos seis de nada recusa a comunicação, só não vou mais longe para não cair nas teias da designificação. Mas uma exposição aparece sempre no desejo ou na intenção de contactar um público. Sem muito mais a dizer, alerto para, esta sim verdadeira praga, pretensiosificação do mundo.
Texto e ilustração de Francisco Roldão

domingo, julho 17, 2005

If you don't know how to art, start working.

O.ll K.orrect?

quinta-feira, julho 14, 2005

cale-festival

Vídeo, teatro, cinema, dança, performance, música e arte em geral.
A partir de 18 de Julho de 2005 (próxima segunda-feira). No Fundão.

sábado, julho 09, 2005

Ainda a propósito do arrastão.

Um camarada bloguista mandou-me um link para uma síntese insuficientemente mediada da situação. A reflexão vale os minutos que se perdem em frente ao ecrã. A sério.
Era uma vez um arrastão.

Já agora, façamos a analogia com o monstro do só a Al Qaeda é que mata gente inocente.
Acreditam mesmo que a Al Qaeda é a principal reponsável pelo ambiente de insegurança que se vive nos países que se lançaram de mãos dadas na luta contra os terroristas maus?
Segundo os noticiários televisivos existem cinquenta tipos no Afeganistão que comunicam com mais trinta no Iraque, mais 20 na Líbia, mais 15 nos EUA, mais 10 em Espanha, mais 10 na Inglaterra e com mais um ou dois espalhados pela Europa (bombas em Londres, polícia na Portela...) que são liderados por um tipo perigosíssimo que vive numa gruta no meio de um deserto... (Obrigado Pedro, pela displicência lúcida com que animaste a mesa do café).

Se eu fosse um habilidoso com explosivos ou um mestre da borboleta e alguma vez me tirassem quase tudo o que me faz viver (família, amigos, trabalho, descanso), fazia umas bombas e umas manobras com a naifa para ver como os outros iriam reagir ao mesmo que me tinham feito.
Não precisava, com certeza, de uma voz cavernosa que me mandasse um e-mail, telefonema ou sinal de fumo para me relembrar a instância.


Don't get scared, get real! Or get some cheap labor oil instead so that your machine keeps running...

domingo, julho 03, 2005

Olha lá! A Crítica.

Pensava que o Dingbat escolhido para representar a exposição "Olha lá!" era uma apropriação exacta do exercício de Paul Rand para a IBM. Mas não.

ibm

Na avenida Rodrigues de Freitas, número 138, até ao passado dia 29, foi possível ver uma mostra colectiva de peças da autoria de seis jovens artistas ainda em fase de licenseamento em pintura.
Sabe-se que no final dos anos lectivos há sempre alguma quentura. Nos últimos quinze dias o ambiente foi mais do que morno. Não interessa ditar todos os nomes dos envolvidos nesta saudável conspiração, mas permito-me falar no caso dos seis de pintura mais em pormenor sem deixar de fazer algum tipo de comparações. Elas permitem concluir! Acho aborrecido e revoltante quando os autores são demasiado flexíveis e abertos na mensagem.

Posso mesmo começar por aqui e começar já por afirmar que não compreendo o interesse de obras que não pretendem dizer nada. Estejamos quietos então! Alguns argumentam que os artistas não são obrigados a comunicar. Está mal visto... Não é uma questão de obrigação, é uma de necessidade. Há quem opte por não satisfazer a vontade (uma espécie de masoquismo ou de auto-mutilação que gera um sentimento de melancolia (estar feliz por estar triste)) que leva o autor a desculpar-se da inocuidade das suas construções. Não é uma característica exclusiva de artistas. Ela estende-se a designers.

Na Olha lá! encontrei um acrílico sobre tela onde figurava um mapa da europa onde não estava Portugal, outras repesentações do velho continente onde o país ia saindo da serigrafia, uma onde o território representado era 98% mar. Encontrei placas de k-line com impressões a cores de setas, ruas, mapas, marcas, e de outros signos que não geravam qualquer tipo compreensão. Vi quatro televisões similares com filmes des-sincronizados (representações de algodão) onde um tipo descrevia em francês os materiais utilizados para a execução da peça. Vi mais umas tantas K-lines com impressões a cores de caixas de reciclagem oriundas de uma sala de computadores da FBAUP. Descobri entre panos um rosto quieto de menina com farinha na cara justaposto ao mesmo exprimindo tiques faciais controlados, uma simetria entre uma vectorização das rugas originadas pela queda da farinha e um zoom digital (mais que plano de pormenor) das mesmas, mais uma animação feita com páginas de lista telefónica e uma representação de uma parede de zinco que distorcia a luz de tão quente. Também me cruzei com um suporte que dividia o espaço do campo de visão com quatro manipulações fotográficas.

Conheço todos os artistas, uns mais do que outros, e sobre a maior parte dos trabalhos sei mais do que a mera descrição. Abdico no entanto de prestar mais informações sobre as peças. Acredito que esse tipo de responsabilidade pertence ao autor e, portanto, não me sinto obrigado a cumprir a tarefa. Como é natural, a minha proximidade com alguns destes artistas levou-me a informá-los da minha intenção em escrever sobre aquilo, e como seria de esperar, logo fui alertado para o facto de que a crítica nunca deveria ser gratuita. Assim, sem qualquer maldade, caso pretendam uma reflexão conclusiva sobre o evento por favor contactem-me em joaodaconcorrencia no gmail ponto com e enviem um cheque no valor de 100 euros para a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Considerem o acto um de mecenato e fé na arte.

Caso pretendam uma reflexão aprofundada sobre a apresentação da segunda parte da mostra de trabalhos de alunos de 5º ano de Design de Comunicação no cinema Passos Manuel, podem pedi-la no mesmo enderenço electrónico e enviar um cheque no valor de 100 euros para a mesma instituição.

A crítica será anexada em formato rtf, num e-mail. Garantam que a Faculdade saberá a quem se dirigir aquando da recepção do cheque para que eu possa prestar o serviço a que me proponho. O meu número de aluno é 991203047.

sexta-feira, julho 01, 2005

A bela imagem da casa, e a honestidade de quem nela habita.

Parece ter passado ao lado de muita gente a divulgação acerca da actividade Universidade Júnior na FBAUP. Pois é... e passou ao lado porque a informação não existiu nos tramites normais!
Lembro-me perfeitamente de ver em circulação o flyer dirigido aos alunos do secundário, que poderiam graças a esta iniciativa, terem contacto com o espaço universitário.
E para que não seja só piquenicada na erva, lá se fazem uns workshops monitorizados por universitários (embrionários ou paridos). E como a coisa não se faz assim do nada, há que fazer uma mini aprendizagem pedagógica na FPCEUP pois claro; e como o amor só enche o peito, mais uns 750 euros para matar a fome.
Pois bem... a filha da putice toda - nem existem desculpas possíveis – está na forma como esses elementos foram selecionados.
Quando tomei conhecimento desta actividade, já o prazo de candidatura expirara. E se a culpa fosse somente a minha e só a minha e mais nenhuma, não tinha nada que vir para aqui rezar. Mas a coisa vai mal quando uma actividade destas, ou melhor a apresentação da actividade, a forma de candidatura e etc não são sequer afixados no painel de actividades – e ele é bem grande e tem muitos espaços vazios – desta faculdade.
Ok. Então se não houve divulgação como aconteceu essa coisa do “Ai é, não soube de nada...” De facto soube que alguns dos candidatos tiveram conhecimento por acesso ao site da Up, o que é de valorizar visto que nem as homepages nesta escola são a do referido site. Mas fiquei horrorizado com o processo de convite pessoal aos monitores da área de Design. Esta pergunta é para o cordenador: Achas que a metodologia pela qual optaste revela muito da tua ética pessoal? E já agora para os meninos e meninas selecionadas desta área (que neste momento deverão estar a receber formação pedagógica da FCEUP), alguma vez se lembraram de dizer Ó pá não me parece bem... por muito porreiro que isto seja para mim, é de uma ausência de acesso democrático e honestidade ... e por aí fora.

Como não posso tolerar este tipo de atitudes, mal tomei conhecimento da situação fiz circular cartas dirigidas à Reitoria, ao Conselho Directivo, à organização da Universidade Júnior, e respectivos emails. Façam o mesmo.

Bem haja.